Muito mais que governos pensam, afirma estudo
Um novo estudo sugere que os custos sociais das emissões de carbono podem ser drasticamente mais altos que o estimado por agências governamentais. A maioria as pessoas têm percepção de que está ocorrendo um aquecimento global, mas é difícil apontar come exatidão que efeitos isto vai ter no futuro do mundo. Os governos começaram a abordar a mudança do clima como uma situação para avaliar análises de custo/benefício: Quanto devemos gastar para consertar o problema? E quando vamos gastar se não fizermos nada?
Os Estados Unidos começaram a regular emissões de carbono desde a criação da Lei do Ar Limpo, em 1963 - ela foi consideravelmente emendada em 1970, 1977 e 1990. O país calculou o dano econômico de uma tonelada de carbono através de um grupo de trabalho composto de diversas agências oficiais (Interagency Working Group). A estimativa foi de que o custo era de apenas U$ 21, ou apenas de 21 centavos de dólar por galão de gasolina.
Este preço é muiito semelhante ao encontrado pelo governo australiano, que fez uma avaliação das 500 maiores empresas poluidoras do país que terão de pagar por isso a partir de julho de 2012. "Estes poluidores agora sabem quanto terão de pagar, a menos que cortem suas emissões", disse a primeira-ministra Julia Gillard no começo deste mês. "Até 2020, nossa precificação do carbono vai tirar 160 milhões de toneladas métricas de poluição da atmosfera por ano. Isto equivale a tirar 45 milhões de carros das ruas".
Um novo estudo científico, "Riscos do Clima e Preços do Carbono: Revisando o Custo Social do Carbono", dos economistas Frank Ackerman, da Universidade Tufts, e Elizabeth A. Stanton, do Instituto Ambiental de Estocolmo, sugere que o custo verdadeiro do carbono é provavelmente muito mais alto que o estimado pelos governos. O relatório foi publicado pela E3 Network (Economics for Equity & Environment), “uma rede nacional de economistas que desenvolvem novos argumentos para a proteção ativa da saúde humana e do ambiente". Os autores dizem sobre o custo de U$ 21 por toneladas: "É difícil conciliar um custo tão baixo com a crença de que é urgente agir no caso de riscos sérios do clima". Mas quanto custa? Em vez de começar do zero, os autores usaram os mesmos modelos do grupo de trabalho do governo. E refinaram os dados apenas no caso de "grandes incertezas".
As incertezas, no caso, são duas: primeiro, uma estimativa tem de levar em conta quão rápido o aquecimento global vai ocorrer. Segundo, é bastante simples entender que o dano econômico será maior no longo prazo com o aumento de temperaturas, mas é menos certo o que isto irá custar, e quando. O cálculo tem de ser feito na interrelação desta gama de possibilidade, desde o ligeiro ao catastrófico. E como estas estimativas se comparam às dos governos? "Nossa reanálise, incluindo estes fatores, mostra que o custo social do carbono podem ser muito mais altos que U$ 21 por tonelada. No pior cenário, seriam de U$ 900 em 2010, chegando a U$ 1500 em 2050. Se os custos são tão altos, então vale a pena fazer qualquer coisa que reduza as emissões". Em termos de políticas, os autores concluem que o custo social do carbono é igual ou maior do que poderia ser viavelmente gasto na redução de emissões. "É inequivocamente menos caro reduzir emissões de gases estufa do que sofrer os danos da mudança do clima", afirmam eles, de acordo com o Miller-McCune.
Foto: Creative Commons
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