Estudo feito por neurocirurgiões de São Paulo cria novo tipo de cirurgia capaz de melhorar a qualidade de vida de pessoas acometidas pelo Mal de Parkinson
Procedimento está em fase experimental (Reprodução/Web MD) |
Neurocientistas do Hospital Santa Marcelina, em São Paulo, desenvolveram um procedimento cirúrgico capaz de recuperar até 84% das habilidades motoras de pacientes acometidos pelo Mal de Parkinson.
Durante o estudo, os neurocirurgiões operaram 12 pacientes em uma área específica do cérebro, conhecida como campo de Forel. Por conta da dificuldade de localização, essa região do cérebro é pouco estudada. Geralmente, os alvos escolhidos para o tratamento do Mal de Parkinson são as regiões cerebrais conhecidas como globo pálido.
“Temos justificativas anatômicas e bioquímicas para investir nessa região. O campo de Forel é uma região de convergência de fibras nervosas que saem de um local bastante envolvido no mecanismo da doença de Parkinson”, diz o neurocirurgião Fábio Godinho, líder do estudo.
Os 12 pacientes operados no estudo relataram uma melhora nas habilidades motoras que variou entre 73% e 84%. Para o neurocirurgião e ex-presidente da sociedade Brasileira de Estereotaxia e Neurocirurgia Funcional, Paulo Thadeu Brainer, “os resultados são interessantíssimos e chamam muita atenção”.
Apesar disso, o estudo gerou controversa entre especialistas da área. Isso porque foi utilizado um procedimento ablativo, ao invés de estimulação cerebral profunda. Na ablação, após identificado o alvo, o cirurgião usa o laser para produzir uma lesão de 5 mm na região. A lesão melhora os sintomas, mas é considerada uma técnica ultrapassada.
O procedimento está em fase experimental e será apresentado em junho deste ano, no Congresso Mundial de Doença de Parkinson e Desordens do Movimento, em Estocolmo, na Suécia.
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