"A política pode ser um caminho privilegiado para o serviço da justiça, uma forma sublime de caridade” (Documentos da CNBB 80, p. 96). É nesta perspectiva que os bispos do Ceará resolveram convidar a um diálogo os candidatos a governador e nesta oportunidade lhes entregaram um documento como contribuição ao processo de reflexão que se instaura na sociedade no momento privilegiado das eleições. Os bispos começam lembrando a responsabilidade de todo cidadão de participar conscientemente na escolha dos projetos que propõem soluções para os grandes problemas que marcam a vida do povo e dos representantes que nas diversas esferas públicas se vão confrontar com estes desafios. O que está em jogo nestes processos é a universalização do acesso às condições necessárias para uma vida digna o que ainda é fechado a muitos que são sistematicamente excluídos e não se veem respeitados em sua dignidade de pessoas.
Além de apresentar à consideração dos candidatos e da sociedade vários pleitos que se acumulam na sociedade civil sobretudo os que dizem respeito às populações tradicionais e excluídas, à educação e às políticas para o semiárido, os bispos se concentram em três temas fundamentais:
1) O Modelo de Desenvolvimento tornou possível o combate à extrema pobreza, introduziu milhões no consumo e possibilitou muitos outros avanços sociais. No entanto, ainda não é satisfatório o resgate dos direitos sociais historicamente negados como o acesso à educação e saúde de qualidade, a desconcentração de renda, as políticas públicas relativas à cultura, ao esporte e lazer, capazes de atrair adolescentes e crianças por vezes tragados pelo mundo das drogas. Tudo indica que estamos no fim de um ciclo de desenvolvimento que só pode avançar no atendimento das grandes carências com a coragem de efetivar grandes reformas estruturantes como a reforma tributária, a reforma agrária, a democratização dos meios de comunicação e, de modo especial, a reforma política, com destaque para o fim do financiamento privado/empresarial, que é condição para o desenlace de novo processo político capaz de dar conta das necessidades coletivas presentes na sociedade e desencadear a participação consciente, crítica e esperançosa dos cidadãos. Neste contexto se apela para uma reflexão maior a respeito dos impactos das grandes obras e sobre as reivindicações dos agricultores do projeto Jaguaribe/Apodi.
2) A Democracia como processo permanente de construção coletiva certamente ainda tem muito a avançar entre nós e neste contexto é fundamental que o próprio governo adote o próprio processo democrático como método de governar o que implica o reconhecimento dos interlocutores sociais que são os movimentos sociais, sindical e popular através de suas organizações e a criação de canais permanente de diálogos entre governo e sociedade civil.
3) Segurança Pública. O aumento da criminalidade é um grave desafio que deve ser assumido por governos e sociedade. O futuro governador deve liderar um novo processo de reconstituição de uma política de segurança restaurador da confiança do povo que envolve suas várias dimensões e ao mesmo tempo a adoção de políticas sociais eficientes.
Além de apresentar à consideração dos candidatos e da sociedade vários pleitos que se acumulam na sociedade civil sobretudo os que dizem respeito às populações tradicionais e excluídas, à educação e às políticas para o semiárido, os bispos se concentram em três temas fundamentais:
1) O Modelo de Desenvolvimento tornou possível o combate à extrema pobreza, introduziu milhões no consumo e possibilitou muitos outros avanços sociais. No entanto, ainda não é satisfatório o resgate dos direitos sociais historicamente negados como o acesso à educação e saúde de qualidade, a desconcentração de renda, as políticas públicas relativas à cultura, ao esporte e lazer, capazes de atrair adolescentes e crianças por vezes tragados pelo mundo das drogas. Tudo indica que estamos no fim de um ciclo de desenvolvimento que só pode avançar no atendimento das grandes carências com a coragem de efetivar grandes reformas estruturantes como a reforma tributária, a reforma agrária, a democratização dos meios de comunicação e, de modo especial, a reforma política, com destaque para o fim do financiamento privado/empresarial, que é condição para o desenlace de novo processo político capaz de dar conta das necessidades coletivas presentes na sociedade e desencadear a participação consciente, crítica e esperançosa dos cidadãos. Neste contexto se apela para uma reflexão maior a respeito dos impactos das grandes obras e sobre as reivindicações dos agricultores do projeto Jaguaribe/Apodi.
2) A Democracia como processo permanente de construção coletiva certamente ainda tem muito a avançar entre nós e neste contexto é fundamental que o próprio governo adote o próprio processo democrático como método de governar o que implica o reconhecimento dos interlocutores sociais que são os movimentos sociais, sindical e popular através de suas organizações e a criação de canais permanente de diálogos entre governo e sociedade civil.
3) Segurança Pública. O aumento da criminalidade é um grave desafio que deve ser assumido por governos e sociedade. O futuro governador deve liderar um novo processo de reconstituição de uma política de segurança restaurador da confiança do povo que envolve suas várias dimensões e ao mesmo tempo a adoção de políticas sociais eficientes.
Manfredo Araújo de Oliveira
Padre e filósofo. Professor na Universidade Federal do Ceará (UFC). Mestre em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma, Itália, e doutor em Filosofia pela Universidade Ludwig-Maximilian de Munique, Alemanha. Assessor das Pastorais Sociais e padre da Arquidiocese de Fortaleza. É Presidente da ADITAL
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