Depois de três ocorrências do último verão, o governo do estado suíço de Appenzell decidiu criar uma legislação para punir os turistas que forem flagrados caminhando sem roupa pelos Alpes Suíços.
A região dos Alpes é conhecida mundialmente por suas belas paisagens, que atraem turistas durante praticamente todo o ano. No inverno, são principalmente os esquiadores e praticantes de snowboard que vêm até a região atrás da boa neve e das melhores pistas.
No período mais quente do ano, os frequentadores são os adeptos ao “trekking” (caminhadas) e “biking” (bicicleta). Na região de Appenzell, a aproximadamente 100 km ao norte de Davos, as ocorrências inusitadas têm sido cada vez mais frequentes. Isso fez com que o governo local criasse uma legislação para quem quiser caminhar pelos parques: quem for pego fazendo trilhas nu será multado.
O valor, ainda indefinido, deverá ficar entre 150 e 200 francos suíços (aproximadamente R$ 300 a R$ 400).
Aparentemente, o nudismo na Suíça não se resume apenas às praias. Embora o país não esteja localizado próximo do litoral, há campings e clubes por todo o país que promovem o naturismo. Geralmente são locais próximos a lagoas ou regiões de muito verde, que proporcionam boas oportunidades para caminhadas. Seus frequentadores, no entanto, não querem apenas estar ao ar livre, mas também estar livre das roupas.
Segundo Al Broger, da polícia da região, a nova legislação deve reunir também infrações como urinar em ambientes públicos ou jogar lixo nas trilhas. Com relação ao nudismo, ele alerta que a prática tem se tornado uma tendência.
“Esse tipo de coisa só acontece no verão, naturalmente, por causa das elevadas temperaturas. E as ocorrências têm sido cada vez mais frequentes. Na última delas, um pai e uma mãe vieram se queixar, pois foram passear pela região com seu filho de 4 anos e se depararam com três pessoas que estavam nuas”, relata.
Calor e suor
Segundo Broger, as alegações dos nudistas costumam variar, mas a justificativa mais frequente é relacionada às altas temperaturas.
“Eu estava com muito calor e resolvi tirar a roupa” ou “eu não gosto de suar nas minhas roupas” são as frases mais recorrentes que a polícia recebe quando encontra nudistas pelas trilhas.
Em uma página da internet alemã, um grupo divulga seu movimento. Para eles, trata-se de “uma forma especial de vivenciar a natureza. Abdicar das vestimentas desconfortáveis permite o contato direto com o vento, o sol e a temperatura.”
Conforme Broger, a maioria dos praticantes utiliza apenas sapatos para caminhada, mas, segundo o site, alguns participantes abrem mão de “calçados incômodos”. “Às vezes fazemos caminhadas mais longas e não entendemos nossa nudez como provocação, mas sim como um acréscimo sensato à caminhada.”
Prática antiga
A história dos “nudistas trilheiros” remete ao início do século 20, quando foi criada a chamada “cultura do corpo livre”. A intenção era abdicar das vestimentas e entrar em contato com a natureza de forma a aproveitar da melhor forma possível os movimentos corporais.
Um dos pioneiros da prática foi Richard Ungewitter (1868 a 1958). Em 1984, foi criada a primeira trilha para nudistas, próximo à cidade de Klagefurt, na Áustria, com 3 quilômetros de extensão no meio de uma floresta.
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