No versículo 3 do capítulo 13 da primeira Epístola aos Coríntios, o grande São Paulo diz
“Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria!”.
A caridade sempre esteve presente, em maior ou menor grau, na história da humanidade. As pessoas de um mesmo grupo social se ajudavam, e a partir desta troca se dava o progresso do grupo e dos indivíduos.
Mas o conceito de caridade se tornou mais claro com o cristianismo, através do mandamento que diz: “amai-vos uns aos outros”. Este é o princípio da caridade, amar e ajudar ao próximo.
Ao longo dos séculos, a caridade foi sendo exercitada não apenas pela Igreja, mas por pessoas e grupos que tinham como objetivo fazer o bem ao próximo. Hoje, solidariedade é um termo mais presente na sociedade. É um conceito abrangente, mas em sua origem está a idéia de caridade.
"Nós temos de fazer tudo para que todos tenham igualmente seus direitos reconhecidos e a sua oportunidade de vida. Todos, sem distinção, todos os seres humanos. A caridade vai nessa direção. E isso é ética. Ética é reconhecer a dignidade do ser humano e agir segundo a dignidade inviolável de cada ser humano. E a caridade ainda inclui justiça social, solidariedade e tudo aquilo que ajuda a promover as pessoas, a libertar as pessoas de todas as suas opressões. No entanto, a justiça sozinha não consegue cuidar das pessoas. Porque a justiça cobra, mas, por essência, não perdoa. A caridade perdoa". (Trecho do discurso do Cardeal Dom Cláudio Hummes, arcebispo de São Paulo, durante a conferência entitulada “Ética e Solidariedade - o verdadeiro conceito de caridade cristã”, em 2002).
O conceito de caridade é praticamente inexistente na tradição judaica. "Os judeus não fazem caridade: em vez da caridade, o judeu faz tsedacá, justiça. Quando um judeu faz uma contribuição em dinheiro, tempo ou recursos aos necessitados, não está sendo benevolente, generoso ou "caridoso. Está fazendo aquilo que é certo e justo". (Baseado nos ensinamentos de Lubavitcher Rebe).
Independente de uma data específica ou de crenças religiosas, a caridade e a solidariedade devem ser praticadas cotidianamente. Madre Teresa de Calcutá, que ganhou Prêmio Nobel da Paz por seu trabalho, dedicou toda a sua vida para trazer conforto e bem estar aos mais necessitados. Francisco da Silva Xavier, ou Chico Xavier, como ficou conhecido, também trabalhou toda a vida para propagar o bem e a caridade, através dos preceitos da doutrina espírita.
No Brasil, o dia 19 de julho tornou-se oficialmente o Dia da Caridade através da Lei nº 5.063, de 1966, por decreto do então presidente Humberto Castelo Branco. Ironicamente, em plena ditadura militar.
Ajudar o próximo, promover a inclusão social, diminuir de alguma forma o sofrimento das pessoas, tudo isso é ser caridoso. Pratique a caridade todos os dias!
Caridade é o ato benigno de saciar a necessidade das pessoas em suas vidas, simplesmente por amor a elas, e para que elas dêem graças a Deus. Se amarmos verdadeiramente ao próximo como a nós mesmos, não o deixaremos, tendo condições para saciá-lo, sem que atendamos às suas necessidades, pois estaríamos negando a nós mesmos. Assim, disse o Senhor Jesus, para que tenhamos misericórdia do próximo: Vai, e faze da mesma maneira.(Lucas 10:37b)
Este ato nos aproxima do Pai, a medida em que nos apresentamos diante dELE, com semelhante natureza. Desta forma, está escrito: E, sobre tudo isto, revesti-vos de caridade, que é o vínculo da perfeição.(Colossenses 3:14) E também: Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai celestial. (Mateus 5:48)
O Senhor Jesus, por diversas oportunidades, praticou a caridade para nos conduzir pelos seus exemplos. Certa vez, quando observou uma multidão que o acompanhava, dos quais eram quase cinco mil homens, além das mulheres e crianças, moveu-se de íntima compaixão por eles. Então, tomou cinco pães e dois peixinhos que lhe foram apresentados, deu graças a Deus e os multiplicou por um notório milagre.(Mateus 14:15-21) Assim, todos que lá estavam saciaram a sua fome, sendo que, em muito sobraram pedaços. O Mestre Jesus não somente demonstrou sua poderosa fé, a qual operou este maravilhoso sinal, como praticou a caridade além do mínimo necessário para que todos fossem saciados. Da mesma maneira, em outra ocasião, o Senhor Jesus milagrosamente alimentou uma multidão de quatro mil homens, além de mulheres e crianças. Glória a Deus!
(Mateus 25:35-40)
35 Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me acolhestes;
36 estava nu, e me vestistes; adoeci, e me visitastes; estava na prisão e fostes ver-me.
37 Então os justos lhe perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber?
38 Quando te vimos forasteiro, e te acolhemos? ou nu, e te vestimos?
39 Quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos visitar-te?
40 E responder-lhes-á o Rei: Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes.
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