sexta-feira, 20 de setembro de 2013

* Pesquisadores desenvolvem novo teste para diagnosticar gripe

O exame poderá ser feito em casa - como um teste de gravidez - e será capaz de detectar o tipo de vírus

H1N1
O vírus H1N1 é um dos causadores da gripe. Detectar de forma rápida e precisa qual o tipo de vírus que infecta um doente pode significar a diferença entre o sucesso e e a falha de um tratamento (Reprodução)
Uma nova técnica criada por cientistas americanos tem se mostrado promissora para o desenvolvimento de um teste caseiro capaz de diagnosticar o vírus da gripe de forma precisa, rápida e barata, o que deve ajudar no tratamento da doença e impedir sua transmissão. Segundo os cientistas, que apresentaram o método durante o Encontro Nacional da Sociedade Americana de Química, nos Estados Unidos, a tecnologia funcionaria de modo semelhante a um teste de gravidez e seria capaz de identificar também qual o tipo do vírus da gripe que está infectando o paciente.
A nova abordagem está sendo desenvolvida por causa dos inconvenientes com os testes empregados atualmente. Eles costumam fornecer seu resultado em cerca de quinze minutos, mas são caros e podem vir com um resultado negativo mesmo quando o paciente está realmente gripado. Por causa desses falsos negativos, os pesquisadores recomendam que os médicos confirmem os resultados desses testes com outros mais precisos, mas que levam entre três e dez dias para ficar prontos. Esperar tanto tempo para diagnosticar a doença pode, no entanto, ter consequências danosas para o paciente e a saúde pública.
Um teste rápido e seguro é importante, principalmente, porque o vírus da gripe costuma se disseminar de forma rápida e sazonal, podendo matar dezenas de milhares de pessoas em cada surto anual. "A ida ao consultório médico ou ao hospital para realizar o diagnóstico pode ser contraproducente durante um grande surto de gripe, pois o paciente corre o risco de propagar a doença. Durante o último surto de gripe suína, por exemplo, alguns hospitais foram à televisão para dizer às pessoas que não fossem até lá — eles podiam não só ajudar a espalhar o vírus, como os hospitais não tinham a capacidade de testar as centenas de pessoas que pensavam estar infectadas”, diz Suri Iyer, pesquisador da Universidade Estadual de Geórgia envolvido na pesquisa.
Outro motivo para o desenvolvimento de um novo teste é o fato de os medicamentos antivirais serem mais eficazes se administrados até dois dias após os primeiros sintomas aparecem. Nesse caso, esperar mais de uma semana pelo resultado pode ser fatal.
Diagnóstico — Os testes utilizados hoje em dia empregam em sua fórmula anticorpos capazes de reconhecer proteínas localizadas na superfície do vírus, chamadas antígenos. São essas mesmas proteínas que costumam ser identificadas pelo sistema imunológico do organismo, dando início à reposta imune do corpo. 
Os antígenos que identificam a gripe — conhecidos como hemaglutinina e a neuraminidase — também servem para determinar qual o tipo específico do vírus que está infectando uma pessoa. Mudanças nessas proteínas costumam ser sinais do surgimento de uma nova cepa do vírus. Isso aconteceu, por exemplo, na primavera de 2009, quando um novo tipo de gripe suína gerou preocupações sobre uma epidemia mundial.
A nova técnica utiliza uma abordagem inovadora que, em vez dos anticorpos, usa carboidratos capazes de capturar e se ligar a esses antígenos da gripe. Quando isso acontece, eles mudam de cor, indicando a presença do vírus. Como as proteínas são diferentes para cada cepa, a resposta dos carboidratos empregados pelos pesquisadores também muda, ajudando os médicos a identificarem o tipo de doença e a prescreverem tratamentos específicos para aquele paciente.
Até agora, segundo os pesquisadores, os estudos iniciais com tecnologia têm se mostrado promissores. Nos próximos meses, os cientistas devem começar a fazer os primeiros testes em amostras tiradas de voluntários humanos, o que pode acelerar a chegada do teste aos consultórios e farmácias.

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