Combustível feito à base de plantas movimenta aviões
Aeronaves sustentáveis usam extratos de vegetais na produção de biocombustíveis que ajudam a reduzir os índices de gases poluentes na atmosfera
CATEGORIA: SUSTENTABILIDADEpublicado porIngrid Araújo
Até pelos ares podemos ver atitudes sustentáveis de companhias aéreas e centros de estudos que buscam tecnologias para contribuir com a redução das emissões de gás carbônico na atmosfera. A produção de biocombustíveis baseados em elementos da natureza é uma delas. Eles são produzidos de maneiras diferentes se comparado com combustíveis tradicionais, como o óleo diesel, gasolina, querosene e carvão, os mais comuns usados na aviação.
Aqui no Brasil, por exemplo, as plantas que contém açúcares, amido e óleo são promissoras para a produção do biocombustível, aponta o relatório da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) elaborado na parceria entre a Embraer e a empresa Boeing, em junho de 2013, que identifica a matéria-prima dos biocombustíveis e prevê a logística do produto. O etanol, extraído da cana de açúcar, é um dos combustíveis que entram na lista deste segmento de combustíveis.
Nos Estados Unidos, cientistas do Centro de Pesquisa de Energia em Meio Ambiente da Universidade de Dakota converteram óleo de coco, soja e canola em biocombustíveis, exemplos que mostram a importância da sua produção, para ajudar a amenizar os impactos da poluição na natureza, já que substituem os combustíveis fósseis, propensos a poluir o espaço em maior escala.
A tecnologia dos aviões sustentáveis é um pouco diferente dos aviões convencionais que utilizam basicamente o querosene como combustível. No caso dos aviões sustentáveis, por exemplo, uma fabricante de aviões desenvolveu o sistema “drop-in” que adiciona certa dosagem de biocombustível de cana de açúcar ao querosene, o que leva os motores a emitirem menor quantidade de poluentes. Dessa forma não é preciso modificar a mecânica dos motores.
Além de usarem combustíveis naturais, o principal objetivo do avião sustentável é emitir menos poluentes na atmosfera. De acordo com o relatório da Fapesp, as empresas envolvidas no projeto de produção do biocombustível estarão comprometidas a trabalhar na redução de 50% das emissões de dióxido de carbono (CO2) até o ano de 2050. Para ter uma ideia, 2% da poluição concentrada no espaço vêm da emissão das aeronaves.
Exemplos de aviões movidos a biocombustível
Em 2009, a empresa de aviação holandesa KLM, realizou o primeiro voo transatlântico do Rio de Janeiro à Holanda no Boeing 747 usando 50% de bicombustível feito de óleo de cozinha. De lá para cá, o conceito de aviação sustentável tem ganhado força e conseguido investimentos financeiros para comercializar esses tipos de aviões.
A Virgin Atlantic foi a primeira linha aérea comercial a usar o óleo de palma na composição do biocombustível. O modelo Jumbo fez o trajeto de Londres à Amsterdã em 700 mil pés, usando quatro motores que queimavam 20% de óleos de coco e babosa misturados com combustível a base de petróleo. O biocombustível não ficou viscoso e não impediu o funcionamento das turbinas, o que é comum acontecer com o biodiesel.
Avião solar
O Solar Impulse é o primeiro avião movido à luz solar que percorreu mais de 1.500 quilômetros e completou a segunda etapa da travessia nos Estados unidos, em maio deste ano. O projeto idealizado e comandado por dois pilotos suíços mostrou o que pode ser conquistado sem combustíveis fósseis.
O avião sobe para nove mil metros ao meio dia por conta do sol que está em evidência. Para conservar a energia, ele desce lentamente para 1500 metros durante o curso da tarde, enquanto voa movido à bateria até a próxima alvorada, quando o ciclo se repete.
A aeronave de 1,6 toneladas de fibra de carbono teria condições para fazer o voo sem escalas, mas as autoridades proibiram porque ela só tem lugar para um piloto, que só pode voar por até 24 horas.
Para Bertrand Piccard um dos idealizadores, o processo de montagem do avião teve que ser criterioso, pois trata-se de uma estrutura mais leve do que os aviões comuns. “Calculamos as necessidades energéticas da aeronave, e isso nos deu a superfície e a carga das asas” explica Piccard. A meta é que a aeronave possa realizar um voo ao redor do mundo em 2015.
Acompanhe no vídeo abaixo o sobrevoo do Solar Impulse:
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