quarta-feira, 5 de março de 2014

* Ultrassom israelense que destrói tumores chega a São Paulo

O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) inaugurou nesta quinta-feira (14) um serviço de ultrassom – ondas sonoras de alta frequência que o ouvido humano é incapaz de escutar – para destruir células cancerígenas, sem a necessidade de cirurgia e anestesia. O novo equipamento estará disponível à população pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Apesar do efeito do ultrassom em tumores já ser conhecido, o novo equipamento consegue focar até mil feixes em um único ponto – com a ajuda de um aparelho de ressonância magnética. Com o calor, as células cancerígenas são queimadas, sem que o aumento de temperatura afete os tecidos saudáveis vizinhos.
Único na América Latina, o aparelho é de tecnologia israelense e custou R$ 1,5 milhão. Segundo Marcos Roberto Buy Viagra Online Pharmacy No Prescription Needed de Menezes, diretor do setor de diagnóstico por imagem do Icesp, seis mulheres já foram atendidas com sucesso para casos de miomas – tumores benignos, de tecido muscular e fibroso, conhecidos por afetar o útero.
MRgFUS 1 (Foto: Mário Barra / G1)Aparelho de ultrassom de alta frequência (em azul), ligado a uma esteira para receber pacientes durante ressonâncias magnéticas (Foto: Mário Barra / G1)
O Icesp já solicitou protocolos de pesquisa para testar a eficiência da técnica em metástases – câncer que se espalharam pelo corpo – ósseas.
“Essa tecnologia ainda é experimental, não só no Brasil, como em outros centros do mundo”, afirma Marcos. “No caso das metástases, a aplicação seria um paliativo, mais indicada para reduzir as dores causadas pelo tumor e aumentar a qualidade de vida do paciente.”
Como funciona
O tratamento, no entanto, não serve para qualquer paciente. Um estudo anterior precisa ser feito para saber quem pode passar pelo ultrassom.
“Dois fatores que são levados em conta na escolha das pacientes são o local do tumores e o tamanho deles”, explica o médico do Icesp.
A técnica dispensa o uso de anestésicos. “As pacientes ficam conscientes durante toda a operação, recebem apenas sedativos”, explica Marcos. Segundo o médico, o procedimento não causa dor intensa. “As pacientes costumam reclamar de dores parecidas com cólicas menstruais, mas isso somente durante o exame.”
Infográfico MRgFUS 1 (Foto: Arte / G1)
No caso do uso da terapia contra miomas, as pacientes deitam, de bruços, em uma esteira usada comumente em exames de ressonância magnética. O aparelho de ultrassom fica logo abaixo da cintura.
A grande vantagem é que as áreas ao redor do tumor não são afetadas, a técnica é muito precisa, só ataca onde é necessário”
Marcos Roberto de Menezes, diretor do
setor de diagnóstico por imagem do Icesp
O diagnóstico por imagem permite conhecer as áreas onde estão os miomas. Após definir os pontos que serão destruídos pelo calor, os médicos começam a disparar as ondas sonoras em pequenos pontos dos tumores. Cada pulso demora apenas alguns segundos. Vários são necessários para queimar uma área inteira. Toda a operação pode levar até, no máximo, 2 horas.
O ultrassom eleva a temperatura das células cancerígenas até 80º C.
“Esse calor destrói qualquer tipo de célula”, diz Marcos. “A grande vantagem é que as áreas ao redor do tumor não são afetadas, a técnica é muito precisa, só ataca o que é necessário.”
Novo laboratório
O Icesp também inaugurou o Centro de Investigação Translacional em Oncologia – uma rede com 20 grupos de pesquisa em câncer. O espaço foi aberto em cerimônia que contou com a presença do governador Geraldo Alckmin e de Paulo Hoff, diretor do instituto.
Com uma área de 2 mil metros quadrados, o andar no Icesp vai permitir o avanço em estudos sobre o câncer que reúnam conhecimentos de áreas diversas como a biologia molecular, epidemiologia e a engenharia genética. O custo do investimento foi de R$ 2 milhões.
O objetivo, segundo Roger Chammas, professor de oncologia do Icesp e responsável pelo espaço, é reunir todo o conhecimento que se encontra espalhado nas frentes de pesquisa de órgãos como a USP, o Hospital A.C. Camargo e Instituto do Coração.
MRgFUS 2 (Foto: Mário Barra / G1)
Sala do recém-inaugurado Centro de Investigação
Translacional em Oncologia.(Foto: Mário Barra / G1)
Entre os equipamentos disponíveis para receber os grupos de pesquisa estão microscópios a laser, sequenciadores de DNA e centrífugas. Haverá também um banco de amostras de tumores, que serão congelados para conservação.
Essa troca de informações é o que classifica o laboratório como “translacional”.
“Essa palavra quer dizer que os conhecimentos de uma área em medicina são traduzidos para outra, com o objetivo de fazer o progesso das pesquisas ser integrado”, explica Chammas.
Segundo Giovanni Guido Cerri, secretário estadual de Saúde, a importância do espaço está na busca futura de novos tratamentos contra o câncer. “Este novo laboratório e o serviço de ultrassom de alta frequência colocam São Paulo em uma posição privilegiada na rede nacional de atenção ao câncer”, afirma o secretário.
Fonte: G1

* Excesso de pesadelos na infância pode indicar tendência a psicoses, diz pesquisa

O estudo revelou que a maioria das crianças tinha pesadelos em algum ponto da infância. No entanto, 37% delas apresentavam ‘sonhos aflitivos’ com frequência acima da média

BBC
O excesso de pesadelos na infância pode ser um sinal precoce do surgimento de transtornos psicóticos na vida adulta, sugere uma pesquisa britânica.
O estudo foi publicado na revista científica Sleep e analisou dados de 6,8 mil crianças do Reino Unido até os 12 anos de idade.

BBC
Rotina regular na hora de ir para a cama e a qualidade do sono são elementos chave para reduzir o número de pesadelos

Conduzida a pedido da ONG YoungMinds, a pesquisa também mostrou que pesadelos acompanhados de gritos e movimentos involuntários durante a noite também poderiam elevar o risco do aparecimento de doenças mentais.
Como parte da pesquisa, os pais tiveram de responder a perguntas sobre problemas de sono de seus filhos.
Ao fim do levantamento, as crianças foram avaliadas quanto à frequência de experiências psicóticas, como alucinações e delírios.
Estudo
O estudo revelou que a maioria das crianças tinha pesadelos em algum ponto da infância. No entanto, 37% delas apresentavam ‘sonhos aflitivos’ com frequência acima da média.
Uma em cada dez crianças tinha pesadelos, geralmente entre três e sete anos de idade.
A equipe de cientistas da Universidade de Warwick, na Inglaterra, concluiu que o excesso de pesadelos estaria ligado a um maior risco de aparecimento de problemas de saúde.
Cerca de 47 em cada 1 mil crianças sofriam alguma forma de experiência psicótica.
No entanto, aqueles que apresentavam sonhos aflitivos aos 12 anos tinham 3,5 vezes mais chances de desenvolver psicoses.
O risco dobrava se a criança sofresse um distúrbio do sono conhecido como "pânico noturno", uma espécie de pesadelopotencializado, caracterizado por gritos durante a noite.
Um dos pesquisadores, Dieter Wolke, afirmou à BBC que os "pesadelos são relativamente comuns, assim como os "pânicos noturnos", mas a frequência com que isso acontece pode indicar um problema mais sério".
A relação entre os distúrbios do sono e as psicoses ainda não está clara.
Uma teoria é de que o bullying ou outros eventos traumáticos no início da vida podem causar ambos os sintomas.
Outra hipótese diz respeito às ligações dos cérebros das crianças, uma vez que as fronteiras entre o que é real e fantasioso são menos claras.
Segundo Wolke, uma rotina regular na hora de ir para a cama e a qualidade do sono são elementos chave para reduzir o número de pesadelos.
"A qualidade do sono é muito importante. As crianças têm de ir para cama com maior regularidade, evitar filmes que estimulem a ansiedade antes de dormir e não usar o computador durante a noite".
Já os "pânicos noturnos" podem ser solucionados acordando brevemente as crianças durante a noite.
Para Lucie Russell, diretora de campanhas da YoungMinds, “o estudo é importante porque tudo o que pudermos fazer para possibilitar uma identificação precoce de sinais de doenças mentais é vital para ajudar milhares de crianças".
"Quando mais cedo o problema foi avaliado, maior é a chance de a criança se livrar da psicose na idade adulta", concluiu ela.