Por Carol Brito
Da Folha de Pernambuco
A ampla base partidária construída em torno do candidato ao Governo do Estado pela Frente Popular, Paulo Câmara (PSB), acabou rendendo uma saia justa aos governistas, durante caminhada pelo centro de Palmares, na Zona da ata Sul, ontem. No ato, a rivalidade entre o prefeito João Bezerra (PSB) e o antecessor Beto Bartolomeu (PDT) rendeu vaias e provocações em pleno palanque eleitoral. A tensão entre as militâncias os adversários políticos foi constante durante as agendas e Paulo Câmara na cidade.
Em palestra na Associação os Comerciantes de Palmares, João Bezerra chegou a ser vaiado pelo grupo do empresário Beto Bartolomeu, conhecido como Beto da Usina. Contudo, o conflito foi evidenciado com o pronunciamento dos governistas em praça pública. O cerimonial deu espaço para os dois rivais discursarem, atiçando o ânimo dos militantes.
Vaiado pelos aliados do prefeito, Beto da Usina não perdeu a oportunidade de alfinetar o adversário. “Temos que votar certo para não acontecer o que está acontecendo em Palmares hoje”, disparou, em referência indireta ao governo de Bezerra. Ao ser chamado, o gestor socialista foi o mais vaiado. O locutor do evento acabou pedindo calma à plateia. “Quando chegar a eleição do município, a gente pensa na eleição do município”, apelou.
No entanto, a tentativa não surtiu efeito. Entre vaias, João Bezerra disse respeitar as críticas à sua gestão, mas pediu unidade em torno de Paulo Câmara. O discurso conciliador não foi suficiente para acalmar a militância do pedetista, que continuou vaiando o gestor. Durante a caminhada, o prefeito também foi bastante criticado. “Ele deveria ter vergonha de apresentar alguém. Acaba sendo pior para o candidato”, disparou a vendedora Andreia Gomes.
Em Palmares, a Frente Popular conta com o apoio dos principais grupos políticos. Questionado sobre o clima pesado que presenciou, Paulo Câmara disse não ter constrangimento em andar com João Bezerra. “O prefeito está fazendo seu trabalho, a população tem direito de reclamar, mas nós, como Governo, vamos ajudar todos os prefeitos”, minimizou.
IMPOSTOS
Em encontro com a associação dos comerciantes, o presidente da CDL de Palmares, Gilson Monteiro, criticou ação de cobrança de impostos na cidade, quando Paulo Câmara era secretário da Fazenda. “Muitos empresários pediram para falar sobre a operação fiscal com uso de policiais, que diziam ser por tempo indeterminado. Nós achamos que não era o momento por conta das enchentes. Queremos saber se o senhor for governador, vai continuar com operações desnecessárias como essa?”, questionou. Em resposta, o candidato disse que este tipo de ação será evitada e que sua gestão teve “sensibilidade de rever essas operações”.