sexta-feira, 13 de setembro de 2013

* Continuam problemas das vítimas das enchentes 2010 e 2011 em Palmares - PE

Moradores da Zona da Mata reclamam de problemas causados nas enchentes de 2010 e 2011

Em Água Preta os moradores reclamam da falta de serviços, em Palmares o problema está na estrutura das casas.





As imagens de arquivo que vimos no nosso telão ainda continuam vivas na memória de quem foi vítima das enchentes que atingiram a Zona da Mata Sul nos anos de 2010 e 2011. De lá pra cá, muitas famílias receberam novas moradias, em locais mais seguros, longe de possíveis enchentes. Mas, não imaginavam, que outros problemas pudessem surgir. A repórter Renata Torres e o cinegrafista Robson Santos visitaram duas cidades, Palmares e Água Preta, para saber quais as dificuldades vividas atualmente por estas pessoas.
Em Água Preta as casas foram construídas a dois quilômetros da cidade. O sentimento lá é um só. A felicidade por não correr o risco de ser atingido por uma nova enchente. Apesar de estar satisfeita, dona Maria sente falta de um posto de saúde no local.
A ausência de outros serviços básicos também incomoda dona Maria José. Ela reclama da falta d’agua. Maria Luciene lembra que também está faltando transporte público.
Já em Palmares os serviços vão chegando aos poucos. O prédio da Escola Municipal por exemplo foi inaugurado no inicio do mês. Mas, a preocupação por lá continua sendo com a estrutura das casas.
Cirlene mostra a rachadura na parede e a cerâmica que só foi colocada no piso da cozinha. Mas, o que a deixa mais preocupada, é o aterro onde a casa foi erguida, que está deslizando. Geilson mostra a quantidade de barro que já caiu desde que começou a chover.
Nós entramos em contato com a Companhia Estadual de Habitação e Obras, que nos informou que não estão previstas as construções de muros de arrimos nas casas, mas que vai solicitar à construtora responsável pela obra que faça uma avaliação e que realize intervenções onde for necessário. Em relação à estrutura das casas, nós conversamos com a Caixa Econômica Federal. Mas, até o fechamento desta edição, não havíamos recebido nenhuma resposta. Sobre a escola, a Prefeitura de Palmares informou que no segundo semestre, ela passa a funcionar para os alunos da educação infantil. Para as outras turmas, as aulas começam em janeiro de 2014.
Sobre os problemas apontados em Água Preta, nós conversamos com o Secretário de Planejamento da cidade.

Em Palmares, moradores de Serro Azul afirmam que governo do estado não cumpriu acordos

Para a construção da barragem de Serro Azul, localizada em municípios que abragem a Mata Sul do estado e o Agreste, foi preciso fazer algumas desapropriações.

No Engenho Verde, em Palmares, na Zona da Mata, um dos seis locais da região que precisaram ser desocupados, algumas famílias dizem que permanecem na área ou porque o valor da indenização não foi suficiente para comprar outro imóvel ou por ainda não ter recebido o dinheiro. “Eles fizeram uma fábrica no terreno do meu marido e disseram que em troca dariam uma casa. Até hoje não negociaram com ele e nem isso, querem fazer”, reclama a agricultora, Maria de Lourdes Silva.
Enquanto isso, a barragem de Serro Azul continua sendo erguida. Ela é uma das medidas para controlar as enchentes do Rio Una. De acordo com um grupo de mulheres, nem tudo que ficou acertado em audiência pública entre o governo do estado e os que tiveram que deixar as casas onde moravam por causa da obra, está sendo cumprido, entre elas a construção de imóveis e a doação de uma área para plantio no engenho Vista Alegre. “Tudo isso ficou negociado em janeiro de 2012, quando o governador esteve em Palmares assinando o termo de serviço da obra. Paralelo a construção da barragem seria feito o assentamento das famílias e a construção da vila. A obra já está bem encaminhada, o rio esta quase fechado e você nada, nada, nada sobre o reassentamento das famílias e a construção das vilas”, afirma a missionária, Sandra Aparecida.
De acordo com nota enviada pela Secretaria de Recursos Hídricos de Pernambuco já foi efetuado até o momento o pagamento de 90% das indenizações devidas e o restante está sendo negociado. A nota diz ainda que o engenho Vista Alegre está sendo loteado para ser entregue as pessoas que têm direito a receber essas terras.

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