quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

* Palmares das tradições ou das traições culturais momescas?

É notória a invasão de modas musicais e coreográficas baianas em Palmares - PE, em detrimento das tradições culturais regionais pernambucanas. Principalmente durante período momesco (que em Palmares acontece somente durante um reles PREMARES); quando trios elétricos têm como astros e estrelas cantores e cantoras da Bahia, levando grandes somas de cachês das verbas públicas municipais. E pior é falsa propagando quando dizem que são "grandes sucessos baianos". Ora, sendo sucesso não sairiam da Bahia porque lá as festas são intensas e o povo muito exigente.
E quando o discurso político trás um pouco de esperança vem traição ao Movimento Cultural local. 
Olha as fotos dos artistas do PREMARES! Onde a pernambucanidade?

Ouvindo comentários de populares sobre Palmares não ser um dos Pólos do Carnaval Pernambucano em 2014 (As cidades polo do Carnaval 2014 são Águas Belas, Arcoverde, Belém de São Francisco, Bezerros, Catende, Goiana, Ipojuca, Itamaracá, Jaboatão dos Guararapes, Nazaré da Mata, Paudalho, Pesqueira, Petrolina, Salgueiro, Surubim, Tamandaré, Timbaúba, Trindade, Triunfo e Vitória de Santo Antão, onde o Governo do Estado está com um investimento de R$21 milhões em atrações diversificadas), comentamos: "Nosso Município nunca foi Pólo do Carnaval Pernambucano, pois vem perdendo expressões culturais tradicionais há muito tempo por culpa dos detentores do poder e irresponsabilidades de gerências culturais dos governos que assolaram essa nossa Prefeitura"... E continuaram o questionamento: "Catende que sempre foi considerada 'quintal' de Palmares é Pólo do Carnaval Pernambuco há vários anos"... Retrucamos, explicando que Catende soube manter folias com vínculos com tradições pernambucanas.


Quanto aos marketings políticos partidários, vemos que nem a força do atual governo municipal, sendo do Partido do atual Governador, não conseguiu trazer para Palmares um lugar de prestígio estadual nesses carnavais do ano passado e deste ano.
Temos muitos talentos e maioria na assessoria cultural do atual Governo Municipal (não sabemos se ainda estão, após os remanejamentos e ditas "reformas" realizadas recentemente pelo atual Prefeito). Mesmo assim cadê o espaço para esses talentos? Nem para os que figuraram como marketeiros de campanha do atual Prefeito, algo muito reclamado nas redes sociais ultimamente...
O genocídio cultural em Palmares vem de longas datas. Começou contra os maracatus de baque solto e de baque virado, perseguidos pela Polícia a mando dos "coronéis" do poderio da cana-de-açúcar que não toleravam as loas entoadas decantando o sofrimento dos trabalhadores rurais em continuação da escravidão. No início do Século XX, o famoso Maracatú Porto Rico se mudou para o Recife, onde existe até hoje e não nega as origens daqui da nossa Palmares, "Terra de Cultura e Grandeza, no mundo não existindo igual assim", como decantada no Hino Municipal de autoria do Poeta Milton Souto.
Governos não ligaram e não deram suporte a agremiações tradicionais como CABOBLINHOS DE RABECA, do Mestre Veludo, ao Clube das Pás Douradas, Bloco Jaguara, Bloco Óleo, Leão e tantos outros esquecidos nas curvas do esgarçar do tempo sob a guante deste solo pisado pelas botas da truculência e da incompetência administrativa municipal e das omissões empresariais locais!
Lembremos que houve reativação de alguns blocos durante a gestão do Secretário de Educação e Cultura Juarez Carlos, em 1973, 1974, quando não se falou em semana pré carnavalesca, mas se incentivou um carnaval autenticamente palmarense pernambucano, como o Bloco Leão, do Lenhadores, do Óleo, orquestras locais, Caboclinhos, etc. Depois o Prefeito Luiz Portela de Carvalho incentivou criações de blocos carnavalescos e outros existentes, tendo semana pré e os 3 dias de carnaval em Palmares durante sua gestão competente, mesmo sob as críticas dos insatisfeitos, mas de forma construtiva. Em continuidade, Prefeito Chiquinho em sua primeira gestão continuou a promoção dos 3 dias de carnaval junto com a semana pré.
O abaianamento momesco e noutros eventos em Palmares, foi implantado durante o governo de Ivanildo Pereira Alves e de lá para cá vem piorando.
Somos a favor da diversidade, mas sem podar as tradições pernambucanas. Preservar nossa Cultura não é bairrismo e sim compromisso e honra com a nossa História de Cultura e Grandeza!
Este ano vimos uma das diretoras do GRUCALP, Luiza de Brito Gomes, chorando com muito desgosto quando foi ver passar o Bloco Leões da Mata. Ela é torcedora do Sport Club do Recife e fanática na pernambucanidade. Ficou muito triste quando a banda contratada no trio elétrico que puxou o bloco, não soube tocar o frevo e nem sequer expressar o grito de guerra do Sport Club. E também não acertaram interpretar um frevo famoso gravado por Alceu Valença! Algo que durante esses dias após, não vimos críticas nas redes sociais, simplesmente porque não há educação cultural para isso e a multidão acompanhando não percebeu, a moda agora é beber e pular (não há frevo mesmo, então não existem passistas nesse PREMARES swingueirento como está acontecendo neste ano de 2014).
Das tradições de Palmares, o que se preserva é o Bloco PUARAS que desde os anos '80 se adapta a tudo e segue qualquer moda, o importante é acontecer, mesmo que na época de sua criação era puxado por frevo...
Palmares é amplo velório cultural!

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