terça-feira, 8 de abril de 2014

* protesto contra cessão da Fábrica Tacaruna para o setor privado

Ação deverá acontecer às 12h da próxima sexta-feira (11) na praça da Independência, Recife.


Arthur Mota, da Folha de Pernambuco

Fábrica Tacaruna, que está inativa há 21 anos, deverá abrigar centro de pesquisa e desenvolvimento automotivo
Às 12h da próxima sexta-feira (11), a praça da Independência, situada no centro do Recife, deverá ser palco de um protesto contra a cessão, por parte do Governo do Estado, das estruturas da antiga Fábrica Tacaruna, situada na Av. Agamenon Magalhães, para a empresa Fiat, que obteve autorização para desenvolver um centro de pesquisa próprio no local. Desde o último dia 5 deste mês, internautas recifenses vêm se mobilizando através da rede social Facebook para organizar um ato contrário a cessão, que consideram como integrante de um processo de “privatização de espaços públicos”.
Até esta segunda-feira (7), mais de oito mil pessoas já haviam sido convidadas para integrar o evento, que tem como objetivo não só questionar a cessão da antiga Fábrica Tacaruna para a empresa privada, mas também manifestar repúdio contra “o desprezo às demandas sociais das famílias removidas pelas obras da Copa do Mundo” e a destinação de áreas de paisagem próximas de locais em que há contato com vistas marítimas e remanescentes de paisagem natural para grupos privados.
Dos pouco mais de oito mil convidados, aproximadamente 600 pessoas já confirmaram presença no evento. Entre os perfis virtuais que manifestaram apoio ao protesto estão o de representantes da cena cultural pernambucana, como o do cineasta Beto Normal, e o de comunidades da cidade, entre elas o bairro do Coque.
Dentre os questionamentos levantados na página virtual do protesto, o mais reproduzido entre os que confirmaram presença na ação é o motivo pelo qual o Governo do Estado, que segundo os participantes da página teria recebido uma verba de R$ 45 milhões de reais em 2009 para transformar o espaço da antiga Fábrica Tacaruna em um centro cultural, teria mudado de ideia e doado o espaço para a empresa Fiat.
“A regra de ouro das aprovações dos empreendimentos de impacto no Conselho de Desenvolvimento Urbano (CDU): (A) É empreendimento do setor privado? Aprovado. (B) É para a preservação da memória urbana do Recife? Rejeitado”, comentou na página do evento Edinéa Alcântara, uma das usuárias do Facebook que confirmou presença na ação.
Para o protesto da próxima sexta-feira (11), os internautas prometem fazer barulho com batuques na praça da Independência e levar fitas e tintas para confeccionar cartazes. A demolição ou não do edifício Caiçara, situado no bairro de Boa Viagem, e o empreendimento Novo Recife, que visa construir torres na área do cais José Estelita, também serão alvo de protesto por parte dos manifestantes.
Decisão:
Na última terça-feira (3), o Governo do Estado pactuou, em conjunto com a Prefeitura do Recife, a Fiat Chrysle e o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar), a destinação do espaço da antiga Fábrica Tacaruna para a instalação de um Centro de Pesquisa, Desenvolvimento, Inovação e Engenharia Automotiva da Fiat. Na ocasião, o Governo do Estado afirmou que a ação tinha o intuito de auxiliar no desenvolvimento tecnológico de Pernambuco e no desenvolvimento industrial da economia.
A Fábrica Tacaruna está inativa há 21 anos e é tombada como patrimônio histórico estadual.

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