

"Ficávamos todos impressionados com a quantidade de dinheiro que os convidados perdiam lá. A gente via muito dinheiro indo para os cofres. Era uma infinidade de notas de R$ 50 e R$ 100", revelou. "O que também atraía muito os convidados era a adega do castelo. Claro que nunca contei, mas havia ao menos 8.000 garrafas. A adega é enorme, climatizada. Ele (Moreira) dizia que o vinho sempre tinha que ficar em temperaturas europeias".Segundo o ex-funcionário, para receber os jogadores - "normalmente aos fins de semana" -, o castelo era preparado com três dias de antecedência. "Tudo era muito bem planejado. Dentro do castelo, havia uma grande mesa com roleta, máquinas caça-níquel, bilhar e jogos de cartas"."Éramos uns 60 empregados por noite. O salão é muito grande, difícil até de limpar. Tinham pelo menos três grandes lustres, uma lareira e duas grandes escadarias", completou o ex-funcionário, dizendo ainda que "muitos convidados passavam a noite lá e, pela manhã, ainda disputavam partidas de golfe".

Em recente entrevista em Brasília, Edmar Moreira demonstrou irritação ao ser questionado se havia funcionado um cassino no castelo: "Está questionando que estou praticando contravenção?", retrucou. Já na quinta-feira à noite foi tirado do ar o portal na Internet que trazia informações e fotos do Castelo de Monalisa.
Quando soube que a Executiva Nacional do DEM vai se reunir para analisar a sua situação política, o deputado, que ocultado da Justiça Eleitoral o castelo em Minas Gerais, sentiu que sua cabeça iria rolar, resolveu renunciar aos seus cargos na Camara!

Pressionado politicamente para renunciar ao posto de segundo vice-presidente e já sabendo que perderá o cargo de corregedor da Câmara, o deputado Edmar Moreira (DEM-MG) provavelmente terá também de procurar um novo partido a partir desta semana.
Para os dirigentes do partido, a situação de Edmar Moreira se tornou insustentável politicamente dentro da legenda depois da descoberta da existência do castelo. Mas o comando do DEM já estava extremamente insatisfeito com Moreira por conta de sua entrada na disputa pela segunda vice-presidência da Câmara.
O presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), já tinha divulgado nota na quarta-feira cobrando sua renúncia dos cargos na Câmara, mas sem vincular essa cobrança ao caso do castelo.
"Existe uma clara incompatibilidade dos atos do deputado com o que prega o partido. Mas a Executiva Nacional vai se reunir para discutir sua situação e as punições previstas pelo estatuto vão de advertência até expulsão", afirmou Rodrigo Maia ao Estado.
Edmar Moreira (DEM-MG) antecipando-se a todos, saiu da sua posição de “daqui não saio daqui ninguém me tira” e renunciou ao cargo de segundo vice-presidente e Corregedor da Câmara e vai se afastar do DEM. Para tentar tirar o foco de cima do seu castelo e de sua cabeça.
Segundo o Blog do Noblat em seguida entrará com mandado de segurança no Tribunal Superior Eleitoral alegando que está sendo perseguido pela direção do partido.
É assim que pretende preservar seu mandato.
A Justiça entende que mandato pertence a partido. Uma vez que fosse expulso, como a direção do DEM anunciou que seria, Edmar perderia o dele.
O titular de mandato só pode se desligar do partido pelo qual se elegeu se provar que foi perseguido ou que o partido mudou sua ideologia. Nesse caso carregará o mandato para onde for.
Não será fácil para Edmar convencer a Justiça de que foi perseguido.
O DEM argumentará que ele ignorou o compromisso com a ética - um dos pontos do programa do partido. E que por isso perdeu o direito de ficar com o mandato depois de se desfiliar.
O Deputado atraiu todos os problemas na sua direção quando resolveu sair do anonimato e ficar mais poderoso na Câmara. Os refletores trouxeram-lhe apenas dor de cabeça e talvez a perda de mandato.
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