O Globo
Manchete: Crise gera onda de emprego terceirizado em todo o mundo
Indústria e setor financeiro encolhem e prestador de serviço ganha espaço
No rastro do cote de até 51 milhões de vagas no mundo, que pelas previsões da Organização Internacional do Trabalho (OIT), poderá ser causado pela crise global, o mercado de trabalho ganhará um novo perfil, com mais terceirizados e prestadores de serviços, e menos empregados na indústria e na agricultura, alertam especialistas. A reposição dos postos formais será mais lenta que o reaquecimento da economia, informa Gustavo Paul. Entre os setores que mais forem estão o financeiro, que, de acordo com a OIT, em um ano e meio cortou 325 mil funcionários, e o industrial. Na próxima década, terão vantagem profissionais que lidam com sistemas de comunicação, engenheiros ligados à informática, assistentes sociais e profissionais ambientais. “Mudou o tipo de emprego, o futuro do mundo são os serviços e o que aumentará a qualidade do emprego é a educação”, diz o professor da PUC José Marcio Camargo. (págs. 1, 33 e 34)
TCU aponta desvio em convênios com MST
Auditorias do Tribunal de Contas da União detectaram irregularidades em convênios entre o governo federal e entidades ligadas ao MST e apontam desvio de pelo menos R$ 20 milhões. Os auditores concluíram que não houve controle do dinheiro, que falta prestação de contas e que, em alguns casos, o dinheiro pagou projetos que não estavam previstos no contrato. (págs. 1, 3 a 5)
Dilma fez 30 viagens em 12 meses
Pré-candidata a presidente, indicada por Lula, a ministra Dilma Rousseff visitou 43 obras do PAC, 26 delas programadas para serem inauguradas ao final deste ano ou ao longo de 2010. (págs. 1, 8 a 11)
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Folha de S. Paulo
Manchete: Subemprego aumenta com a crise
De outubro a janeiro, o contingente desse grupo de trabalhadores cresceu 14%, segundo dados do IBGE
Entre outubro e janeiro, a crise econômica empurrou 88 mil pessoas para o subemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país – um aumento de 14,2%, formando um contingente de 709 mil subocupados, segundo o IBGE. No mês de janeiro, o subemprego avançou 11% ante o mesmo mês de 2008 e repetiu a tendência já registrada em dezembro – alta de 10,2% nessa mesma comparação, ainda de acordo com informações do IBGE. Segundo analistas, o contingente de subocupados sempre vai na direção oposta à da ocupação: cresce em tempos de desaceleração do emprego. Foi assim na recessão de 2003, e o quadro se repete agora, ainda que em menor intensidade. Em janeiro daquele ano, esse grupo de trabalhadores chegou a 1 milhão de pessoas. Nos meses finais do ano passado, a ocupação já dava sinais de enfraquecimento – tendência que se intensificou neste ano. (págs. 1 e B1)
No palanque, Dilma fala em casa grátis para os mais pobres
A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) anunciou em discurso em Feira de Santana (BA) que o novo programa de habitação do governo prevê casas grátis para os mais pobres. “Quem não puder pagar nada não pagará nada. Mas haverá um esforço para todo mundo contribuir, nem que seja simbolicamente, com a prestação”. O discurso foi feito em palanque improvisado junto a casas populares construídas com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). (págs. 1 e B3)
Dirigentes de fundos fizeram doações nas 4 últimas eleições
Dos 43 dirigentes dos grandes fundos de pensão estatais brasileiros, 56% fizeram doações a candidatos nas últimas quatro eleições. O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, recebeu quase um terço delas. O PT tem diretores em 7 dos 10 maiores fundos. Doações de dirigentes ao partido aumentaram mais de 15 vezes desde 2002. Eles negam favorecimento, Berzoini não se pronunciou. (págs. 1, A8 e A)
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O Estado de S. Paulo
Manchete: Risco de recessão força corte de juro
Indicadores apontam retração mais profunda da economia e pressionam BC a ampliar redução da taxaOs números mais recentes da economia brasileira aumentam a possibilidade de que o País enfrente recessão técnica (dois trimestres seguidos de retração do PIB) e já levam economistas a prever um ano inteiro sem crescimento. O risco de recessão reforça a pressão para que o Banco Central seja mais agressivo no corte dos juros, a começar pela reunião desta semana. A pressão vem até de conselheiros econômicos do presidente Lula, que recomendaram uma redução mais veloz da taxa. A queda no PIB no quarto trimestre de 2008 é dada como certa. A projeção para o número, a ser divulgado na terça, é de recuo de 2% ante o terceiro trimestre. Nesse cenário, a provável decisão do Copom de cortar o juro básico em 1 ponto porcentual passa a ser considerada modesta. O BC, no entanto, ainda dá sinais de temer que a desvalorização do real verificada nos últimos meses pressione o índice de inflação. (págs. 1, B1 e B3)
Governo quer aval do STF para conter ações do MST
O Planalto está buscando no Supremo Tribunal Federal um aval para confrontar os sem-terra. O governo teme que a impopularidade das ações do MST, aliado natural do PT, afete a imagem do presidente. A idéia do Planalto, que já tem instrumentos legais para conter as invasões, é usar a decisão do STF como justificativa para caracterizar eventuais processos contra o MST como decisões inevitáveis. (págs. 1, A8 e A9)
Filme sobre vida de Lula é ‘hit’ entre financiadores
Empresas que não costumam apoiar o cinema vão financiar com até R$ 2 milhões o longa Lula, O Filho do Brasil. Entre as companhias que bancarão o filme estão as três maiores empreiteiras do País. (págs. 1 e A10)
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Jornal do Brasil
Manchete: “Juro real pode chegar a 4%”
Ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga diz por que as taxas devem cair este anoO economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central e sócio da Gávea Investimentos, acha que a liderança brasileira no ranking mundial dos juros altos tende a mudar. Em entrevista ao JB, diz que há espaço para a queda das taxas reais até 4% nos próximos meses – quase metade do que é hoje. Armínio critica os spreads bancários e recomenda ao governo Lula mais ousadia na política monetária e conservadorismo nos gastos. (pág. 1, Economia e págs. E1 e E2)
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Correio Braziliense
Manchete: Tombo da economia aumenta pressão por corte dos juros
Na próxima terça-feira, quando for divulgado o Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre de 2008, o Brasil terá a noção exata do impacto sofrido com a crise financeira mundial. E ele não foi pequeno.É consenso entre analistas a estimativa de queda de 2,2%,embora os mais pessimistas apontem um tombo de até 3%.Levando em consideração o índice anualizado,o país ficou 9,6% mais pobre, o oitavo pior resultado entre 25 países analisados. Como a expectativa de retração se mantém nos primeiros três meses deste ano, tecnicamente já é possível afirmar que o quadro é de recessão.
Diante disso,o Banco Central será forçado a acelerar a redução dos juros.
Mesmo os mais conservadores do mercado já apostam num corte de 1,5 ponto percentual na Selic na reunião do Copom nesta semana.
No Reino Unido,o governo anunciou que ampliará seu controle sobre o terceiro maior banco do país, o Lloyds,para até 77%. (págs. 1, 22 e 23)
Escolas comuns, alunos especiais: a equação certa
Censo do MEC revela que 54% dos estudantes com deficiência assistem às aulas em salas comuns. Há 10 anos, esse índice era de 13%. Redução do preconceito possibilita histórias como a de Lucas Rocha, um dos destaques do colégio Polivalente. Portador de atrofia muscular, ele só começou a vida escolar aos 9 anos porque nenhuma instituição o aceitava. (págs. 1 e 14)
A doce vida dos conselheiros do TCE de Minas
Quase R$ 60 mil mensais, dois períodos de férias por ano e cargo vitalício. O Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE) tem como objetivo zelar pelo dinheiro público, mas seus sete conselheiros desfrutam de ganhos pessoaisque ultrapassam o teto definido pelo estado, além de uma série de benefícios. (págs. 1, 2 e 3)
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Valor Econômico
Manchete: Teles resistem à crise e lucram mais em 2009
A sucessão de notícias ruins para a economia deixou os consumidores com um pé atrás, mas ainda não fez o brasileiro desligar o telefone nem sair da internet. As operadoras de telefonia fixa e móvel venderam e lucraram mais no quarto trimestre de 2008, quando a crise já havia chegado com força ao país. As teles listadas na Bovespa tiveram receita líquida 9,7% maior que a do quarto trimestre de 2007 e conseguiram traduzir esse aumento em mais lucros. Levantamento do Valor Data com resultados de oito empresas mostra que, juntas, elas registraram lucro antes de juros. impostos, depreciação e amortizações (lajida) de R$ 7,5 bilhões - 12,5% superior à cifra de igual período do ano anterior. Nem todas as teles acompanharam esse movimento. A Oi teve queda no lucro operacional, mas atribuiu a redução a itens não recorrentes: despesas para a compra da Brasil Telecom e para a entrada no mercado paulista de celulares. Os'bons resultados são atribuídos ao fato de que o consumo de telefonia não depende da oferta de crédito e de algumas de suas tarifas serem reguladas, observa o analista Alex Pardellas, do Banif. Isso ajuda a sustentar as companhias em momentos desfavoráveis. "O que pode assustar na crise é o aumento do desemprego. Mas hoje o telefone já é um bem de primeira necessidade", afirma o diretor de finanças da Oi, Alex Zornig. Uma evidência de que as coisas vão bem no aspecto operacional são os indicadores de inadimplência. As provisões para devedores duvidosos mantiveram-se relativamente sob controle - subiram em algumas operadoras, como a TIM, e corram em outras, caso da Telefônica. Também não houve saltos nas taxas de cancelamento dos serviços e o ritmo de vendas - especialmente de celulares e banda larga - continuou forte. A performance coloca o Brasil como mercado prioritário para a Telecom Itália, que manterá os investimentos de R$ 7 bilhões nos próximos três anos, diz Gabriele Galateri di Genola, presidente do conselho de administração do grupo. Ele reafirmou que não há intenção de vender a TIM Brasil. O projeto é transformá-la em operadora com amplo portfólio na telefonia fixa e celular, banda larga móvel e fixa. Segundo Galateri, a compra da Intelig cai como uma luva para atender a esses objetivos. (págs. 1, Dl, D3 e B3)
Governo sai em socorro das usinas
O governo reforçou a "operação de salvamento” do setor sucroalcooleiro ao anunciar ontem a concessão de R$ 2,5 bilhões para financiar a estocagem de até 5 bilhões de litros de etanol pelas usinas. A medida foi decidida na quarta-feira durante reunião de ministros e dirigentes de bancos públicos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O socorro está sendo conduzido diretamente pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. O BNDES avalia a renegociação de R$ 3,45 bilhões em dívidas das usinas. O governo quer evitar uma onda de aquisição de empresas por multinacionais e busca fortalecer os principais grupos brasileiros do setor. (págs. 1 e B10)
Crise afeta indústria de forma díspar
Foram muito diversificados os efeitos da crise financeira sobre a atividade industrial em fevereiro. Setores como calçados e têxteis, cujas vendas estão diretamente relacionadas à renda da população, notaram uma recuperação das encomendas e seus dirigentes consideram que a pior fase da crise passou. Fabricantes de máquinas e equipamentos, que dependem de crédito para vender, também registraram melhora nos pedidos. Mas outros segmentos ainda constatam deterioração no ritmo dos negócios. O resultado de uma pesquisa sobre o primeiro bimestre com os filiados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica deixou o presidente da Abinee, Humberto Barbato, mais pessimista em relação a 2009 do que estava no fim do ano passado. Siderúrgicas também aprofundam os cortes na produção. Mesmo os setores que relatam uma recuperação indicam queda na produção comparado ao mesmo período de 2008. Outro indicador relevante do nível de atividade, as vendas de papelão ondulado caíram 10% em relação a fevereiro do ano passado, queda inferior aos 12% de janeiro, segundo a Indústria São Roberto. A demanda por papelão caiu menos nas empresas de alimentos e produtos de limpeza e mais no caso de fabricantes de televisores e eletrodomésticos. Analistas esperam que o IBGE divulgue hoje dados sobre forte expansão da indústria em janeiro sobre dezembro, de 9,2%, segundo a consultoria LCA. Em comparação a janeiro de 2008 espera-se recuo de 10,2%. (págs. 1 e A3)
Hering desliga fornos
A Cristais Hering, de Blumenau (SC), desligou os fornos de produção na quarta-feira, depois de ficar sem recursos para a compra de insumos, como óleo diesel. Criada em 1959,a empresa é administrada por uma associação de trabalhadores desde 1997. (págs. 1 e B7)
FGC amplia atuação e banca novas operações de crédito
Depois de jogar um papel importante para suavizar a crise de liquidez no último trimestre do ano passado, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) vai oferecer soluções mais definitivas aos bancos pequenos e médios. Formado pela contribuição mensal das instituições financeiras, o FGC tem à sua disposição quase R$ 25 bilhões, quantia que o colocaria no lugar de quarto maior banco do país. O dinheiro do FGC foi usado na compra de carteiras de crédito dos bancos menores no auge da crise - foram R$ 4 bilhões para 25 instituições. Esgotado o estoque de carteiras à venda, o FGC ataca agora outro problema: a falta de liquidez para novos negócios. Foi lançado em janeiro um programa para dar funding a novas operações de crédito. O FGC investe em certificados de depósitos bancários (CDB) emitidos por bancos e financeiras com até R$ 2,5 bilhões de capital e que usam os recursos para dar novos créditos. São aceitos em garantia financiamentos de veículos, consignado, CDC lojista, crédito para pequenas e médias empresas etc. Já foram feitas operações no valor de R$ 985 milhões. O FGC pode aplicar até R$ 9,5 bilhões no programa. (págs. 1 e Cl)
Planos contra a crise ameaçam o ambiente
Os planos de estímulo econômico que estão sendo executados em todo o mundo poderão impor aos países um crescimento rápido das emissões de gases que provocam o efeito estufa, anulando em parte as iniciativas verdes neles incluídas. Esses pacotes têm sido propagandeados por suas credenciais ambientalistas pelos governos, mas um exame mais detido mostra que os gastos verdes respondem por apenas pequena parcela das iniciativas. A maior parte dos gastos irá para projetos que, na realidade, e1evarão as emissões de poluentes, como novas estradas e termelétricas movidas a combustíveis fósseis, ao passo que muito pouco dinheiro será dedicado a projetos geradores de baixo teor de carbono. (págs. 1 e Al6)
O preço dos expurgos
Os bancos ingressaram, ontem, com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar de uma só vez 515 mil processos sobre correção de poupanças em planos econômicos, um passivo que poderia chegar a R$ 180 bilhões. (págs. 1 e C4)
Ideias
Claudia Safatle: Armínio Fraga, ex-presidente do BC, sugere maior exigência de capital para grandes bancos. (págs. 1 e A2)
Braskem discute preço da nafta
A Braskem negocia com a Petrobras, sua principal acionista, uma mudança nas regras para formação de preço da nafta. A petroquímica teve prejuízo de R$ 2,1 bilhões no quarto trimestre, em razão da alta do dólar. No ano, a perda foi de R$2,5 bilhões. (págs. 1 ,B6 e D6)
Baosteel volta-se para o Rio
Frustrado o projeto de uma siderúrgica no Espírito Santo, a chinesa Baosteel iniciou negociações com o governo fluminense para levar o empreendimento para o Rio. A LLX, de Eike Batista, foi procurada para discutir a instalação no porto de Açu. (págs. 1 e B6)
Lucro da AmBev
O lucro líquido da fabricante de bebidas AmBev teve uma queda de 14,8% no quarto trimestre de 2008, em relação a igual período de 2007, para R$ 964,5 milhões. A receita aumentou 11.6%, para R$ 6,5 bilhões. No ano passado, o lucro alcançou R$ 3.059 bilhões, alta de 8.6%. (págs. 1 e B4)
Ideias
Chico Santos: investida do PMDB sobre o fundo Real Grandeza confunde deliberadamente o público e o privado. (págs. 1 e A12)
Brasileiros elaboram leis na África
Advogados brasileiros são cada vez mais requisitados por governos de países africanos, como Moçambique e Angola, para elaborar projetos de lei que abordam desde normas para licitações públicas até regulamentação do setor energético. O Instituto de Registro Imobiliário do Brasil coordena um grupo de especialistas que trabalha em uma proposta de legislação habitacional para Angola. Já o escritório Emerenciano Baggio elabora normas para implementação do sistema de transporte coletivo em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, enquanto o Approbato Machado Advogados prepara uma lei de falências para Moçambique, nos moldes da norma brasileira. (págs. 1 e El)
John Taylor, ex-número 2 do Tesouro americano, culpa govemo pela crise (págs. 1 e EU & Fim de Semana)
Crise americana
Os pedidos para as indústrias americanas tiveram recuo de 1,9% em janeiro, pelo sexto mês consecutivo - é a primeira vez desde o início da série histórica, em 1992, que isso acontece. A queda foi menor do que a esperada pelos analistas, que previam retração de 3,5%. (págs. 1 e Al3)
Economia
Economia chilena recua 1,4% em janeiro, pela primeira vez desde 2002 (págs. 1 e A13)
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Gazeta Mercantil
Manchete: Seguradoras disputam apólice de US$ 50 bilhões da Petrobras
Nas próximas semanas, a Petrobras divulgará detalhes da concorrência para a renovação de sua apólice patrimonial, que prevê a cobertura dos riscos operacionais de refinarias, plataformas, movimentação de cargas e outras unidades da petrolífera. O risco total dos ativos a serem segurados fica perto de US$ 50 bilhões, acima dos US$ 47,7 bilhões protegidos em 2007. Será a primeira vez que a estatal conduzirá o negócio com o mercado aberto de resseguros em pleno funcionamento desde abril do ano passado. A restrição em operar com os atuais 57 resseguradores cadastrados no País e as perdas financeiras sofridas pelos principais competidores do mercado internacional preocupam o gerente de seguros da Petrobras, Luiz Octavio Parente de Mello. Ele acredita que o desenho atual do mercado pode não oferecer capacidade financeira suficiente para cobrir o risco total da companhia. O executivo disse que a Petrobras mapeia resseguradores no mercado internacional para se antecipar a esses problemas. Os prêmios de seguros podem ultrapassar a casa dos US$ 40 milhões — em 2007, a operação somou US$ 26,2 milhões. O valor promete esquentar a competição entre as grandes seguradoras brasileiras. Angelo Colombo, diretor de grandes riscos da Allianz, prevê que o fechamento de uma apólice desse porte pode envolver a participação de mais de 50 resseguradores. “Fatalmente vai faltar capacidade para garantir os riscos somando todos os resseguradores do mercado brasileiro. A Petrobras vai fazer uma tentativa e, se o mercado nacional não conseguir, fica facultada, pela legislação, a colocação no exterior com mais resseguradores, num processo que se tornará muito moroso”, diz o executivo. (págs. 1 e B1)
BC já injetou US$ 66 bi para segurar o câmbio
O Banco Central já injetou US$ 66,2 bilhões nas intervenções no mercado desde o agravamento da crise financeira global para segurar o câmbio e garantir crédito em moeda estrangeira no mercado interno. O número refere-se à posição acumulada de setembro até o dia 2 de março. Desse total, US$ 14,5 bilhões foram aplicados no mercado de câmbio à vista; outros US$ 9,7 bilhões foram destinados às linhas de empréstimo com obrigação de recompra pelo BC; e US$ 9,6 bilhões envolvem empréstimos para exportação. As operações de swap cambial somaram outros US$ 32,4 bilhões. O presidente do BC, Henrique Meirelles, destacou a recuperação do volume de contratações de ACCs, com média diária de US$ 146 milhões em fevereiro. Em janeiro, a média foi de US$ 114 milhões. (págs. 1 e B1)
Infraestrutura manterá nível de atividade
Os projetos em infraestrutura e seus longos períodos de maturação fornecerão uma trilha segura para que seus fornecedores atravessem o período da crise em relativa estabilidade. A turbulência deve ser menor para segmentos que têm sua estrutura de negócios associada à produção de bens essenciais. Para Fernando Sarti, professor de economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), “a indústria automobilística vai patinar e o setor de alimentos deve manter o mesmo patamar”. A indústria de bens e serviços vai enfrentar dificuldades. Com a queda no nível de ocupação de capacidade, os projetos de expansão e de compra de máquinas permanecerão engavetados. Heitor Klein, da Abicalçados, acredita que, salvo algum acidente de percurso, a tendência do setor é de estabilidade. A entrada na nova coleção a partir de março deverá testar o ânimo dos compradores e o ritmo das encomendas. O presidente da Abit, Aguinaldo Diniz Filho, avalia que, se o Produto Interno Bruto (PIB) avançar entre 1% e 1,5% neste ano, a indústria têxtil pode crescer de 2% a 2,5%.
Mas será possível uma expansão maior, caso o dólar se estabilize entre R$ 2,30 e R$ 2,35 e o governo consiga defender o mercado contra importações. (págs. 1, A6 e A7)
Embraer perdeu com derivativos
Terminou sem acordo a primeira audiência de conciliação entre a Embraer e os sindicatos. Diante disso, o presidente do Tribunal Regional do Trabalho de Campinas (SP), Luís Carlos Cândido Martins Sotero da Silva, marcou para o dia 13 de março nova reunião. Até lá, segue valendo a liminar que prevê a reintegração dos 4.273 funcionários. Para os sindicalistas, a crise global encobre a verdadeira crise da empresa. “Foram aplicados R$ 177 milhões em derivativos que foram perdidos. Foram liberados R$ 50 milhões em bonificações para executivos. E os altos salários variam de R$ 80 mil a R$ 120 mil por mês. Com um planejamento melhor, não precisaria demitir mais de 4 mil funcionários”, disse o sindicalista José Maria de Almeida. (págs. 1 e A4)
Opinião - Robson Braga de Andrade
Além de baixar a Selic, é preciso reduzir os spreads bancários, com menos compulsórios, desoneração tributária e cadastro positivo. (págs. 1 e A3)
Opinião - Antoninho Marmo Trevisan
As empresas nunca mais serão as mesmas. Está em curso uma revolução sobre a maneira de gerir os negócios, o que é positivo. (págs. 1 e A3)
Infraero vai abrir o capital
O governo quer transformar a Infraero em companhia de capital aberto. O BNDES lançou edital para escolher a empresa que fará estudo sobre a reestruturação da estatal. (págs. 1 e C5)
Responsabilização criminal da PJ
Não há previsão legal para punir empresas por crimes cometidos por sócios, mas está em tramitação projeto de lei que prevê a responsabilização da pessoa jurídica. (págs. 1 e A9)
Franquias crescem 19,5% em 2008
O setor de franquias surpreendeu até mesmo a Associação Brasileira de Franchising (ABF) ao registrar crescimento de 19,5% em 2008, faturando R$ 55 bilhões. (págs. 1 e C7)
Cai a produção de cerveja
A Companhia de Bebidas das Américas (AmBev) divulgou ontem queda de 0,2% na produção de cerveja no ano passado, para 69,9 milhões de hectolitros. (págs. 1 e C2)
Braskem tem prejuízo de R$ 2,5 bi
A crise afetou diretamente os resultados da maior petroquímica da América Latina. A Braskem registrou prejuízo de R$ 2,5 bilhões no ano e uma receita líquida de R$ 17,9 bi. (págs. 1 e C1)
GM admite, em relatório, que pode falir
A General Motors, que perdeu no ano passado US$ 30,9 bilhões, reduziu a remuneração de executivos e cortará neste ano 47 mil empregos, entre outras ações de um programa de reestruturação para se habilitar a empréstimos ao Tesouro americano. Em razão da dependência da ajuda governamental, auditores decidiram atribuir à empresa a denominação de “going concern”, significando que há dúvida substancial sobre a capacidade da montadora de sobreviver. A montadora reiterou, em relatório, que se não for capaz de promover, com sucesso, o processo de reestruturação, poderá ter de pedir liquidação pelo Capítulo 7. Tal pedido, fundamentado neste capítulo, é indicado para empresas que não têm chance de quitar as dívidas e é feita a liquidação de todo patrimônio do devedor. Enquanto isso, no Canadá, o sindicato de trabalhadores e a GM identificam áreas para cortar custos e manter viável a operação local da montadora. (págs. 1 e C5)
Falta de ousadia do plano chinês causa frustração
O primeiro-ministro chinês Wen Jiabao afirmou ontem que o governo dará início a uma mudança fundamental no que se refere a suas estratégias econômicas, encorajando os cidadãos a consumir e procurando investir mais para evitar a fuga do campo. Durante um longo discurso no encontro anual do Congresso Nacional do Povo, o premier não anunciou novos investimentos para fazer frente à crise financeira, além do plano de estímulo econômico de US$ 585 bilhões com o qual a China já havia se comprometido em novembro de 2008. As bolsas mundiais fecharam em queda ontem, pois se esperava um pacote maior. Wen, entretanto, disse esperar que o país cresça 8% neste ano. (págs. 1 e A12)
Ações
China frustra mercados e Bovespa cai 2,69%. (págs. 1 e B3)
NegóciosSafra decide vender ações da Aracruz à VCP. (págs. 1 e B3)
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