Os mais de 20 anos de experiência de Roxane Ré como locutora de FM foram consagrados na edição passada do Troféu Mulher Imprensa. Na 5ª edição, mais de 32% dos votos lhe garantiram, novamente, o prêmio na categoria "âncora de rádio".
A premiação de Roxane não legitima apenas a competência de uma profissional que atuou mais de 14 anos em um dos maiores veículos de hardnews do País, a Rádio CBN, mas aponta para o crescimento das mulheres à frente das transmissões radiofônicas.
Em entrevista que homenageia a bicampeã da categoria "âncora de rádio", Roxane fala ao Portal IMPRENSA sobre os desafios enfrentados pelas mulheres nas redações de todo o País, a difícil escolha entre família e jornalismo, as grandes pautas de 2008 e ainda comenta a importância do Troféu Mulher Imprensa na consolidação da mulher na profissão de jornalista.
A premiação de Roxane não legitima apenas a competência de uma profissional que atuou mais de 14 anos em um dos maiores veículos de hardnews do País, a Rádio CBN, mas aponta para o crescimento das mulheres à frente das transmissões radiofônicas.
Em entrevista que homenageia a bicampeã da categoria "âncora de rádio", Roxane fala ao Portal IMPRENSA sobre os desafios enfrentados pelas mulheres nas redações de todo o País, a difícil escolha entre família e jornalismo, as grandes pautas de 2008 e ainda comenta a importância do Troféu Mulher Imprensa na consolidação da mulher na profissão de jornalista.
Portal IMPRENSA - Existe algum estigma disseminado pelo retrógrado pensamento machista que ainda dificulta o avanço das mulheres no jornalismo?
Roxane Ré - Quando eu comecei há 20 anos era mais difícil. Hoje não vejo mais esse tipo de pensamento ou manifestação. As mulheres estão por toda parte, em qualquer função. São maioria nas universidades, são as que mais disputam vagas e portanto estão nas redações dos jornais, das rádios e das televisões. Quem demonstrar esse tipo de pensamento em público está condenado. Se ocorrer ainda, deve ser a portas fechadas.
IMPRENSA - Apesar dos avanços em relação aos direitos das mulheres no mercado de trabalho, ainda existe desigualdade salarial - quando a mulher ocupa a mesma função de um homem - e ainda é grande a incidência de casos de assédio moral. Você acredita na mudança desse panorama?
Roxane - Em nenhum dos dois contextos a mulher leva vantagem obviamente. Acredito que as mulheres estão aprendendo a lidar com a questão do assédio moral não só no jornalismo. Já a questão da diferença salarial está loge de ser resolvida. Eu escrevi sobre isso dia desses no
Portal IMPRENSA - Hoje, as redações abrigam muitas mulheres, em muitos casos, o número supera o de homens. Na sua opinião, o que explica essa "invasão" das redações por parte das mulheres?
Roxane - Sem dúvida, o primeiro aspecto é o interesse das mulheres por essa profissão que é atual e dinãmica, dão status e respeitabilidade, aspectos valorizados pelas mulheres. Elas procuram as universidades e estão em maior número nessa disputa. No rádio, então, a presença é cada vez maior. Elas se adaptam muito bem a essa profissão que depende da comunicação, da atenção a mais de uma atividade simultaneamente e adaptação a várias funcções. Quer mais?
IMPRENSA - Alguns acham que prêmios como o Mulher Imprensa são provas da desigualdae de gênero, machismo ou feminismo. Como você vê essa afirmação? Na sua opinião, dentro deste contexto, qual a importância do prêmio?
Roxane - Uma bobagem. O prêmio está sintonizado com essa crescente disputa feminina no jornalismo. Em outras premiações que reconhecem o trabalho de jornalistas, homens e mulheres, acaba ficando muito difícil uma mulher vencer diante do quadro majoritário de homens disputando.
IMPRENSA - O Mulher Imprensa reconhece os trabalhos realizados no ano anterior à premiação. Na sua opinião, qual foi sua grande pauta no ano passado?
Roxane - O programa diário que apresentei até o final de outubro era nacional, um resumo das principais notícias do dia, portanto eu tratava de vários assuntos em destaque. Dois fatos ficaram na memória diante da complexidade do tema, da exposição das vítimas e do papel da mídia na apuração de fatos chocantes para a sociedade: o caso da menina Isabela que completa um ano em 29 de março e da adolescente Eloá, que aconteceu em outubro.Há temas difíceis de serem tratados, de forte apelo sensacionalista, mas que exigem uma reflexão madura da sociedade. A mídia cometeu vários erros, mas isso é um outro assunto. Repercuti os dois fatos com muita cautela mas sem discutir os aspectos mais sensíveis. Eu recebia várias mensagens, algumas criticam e a maioria de apoio, respondi a todas elas como de costume. O assunto não acabava com as entrevistas e os ouvintes nos ajudaram muito a tratar desses asuntos.
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