ABIN ganha espaço com Dilma.
A presidente Dilma Rousseff está ampliando o espaço dedicado a arapongas e militares na área do Palácio do Planalto. Três novos anexos estão sendo construídos nos fundos da sede do governo federal para abrigar mais funcionários contratados pelo Gabinete de Segurança Institucional, a antiga Casa Militar que perdera influência nos anos 1990. Além do aumento do espaço físico e do número de agentes na ativa, a Presidência elevou os gastos com a espionagem oficial.
Em seu primeiro ano, o governo Dilma executou R$ 347 milhões em despesas com ações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), órgão do GSI que se chamava Serviço Nacional de Informações (SNI) no tempo da ditadura militar (1964-1985). É o maior valor gasto pelo Executivo nessa área nos últimos cinco anos - R$ 32 milhões a mais que no ano anterior. Já a despesa com a área civil caiu de R$ 490 milhões em 2010 para R$ 436 milhões no ano passado.A estimativa é de que o número de militares e espiões lotados no Planalto aumente com a inauguração dos novos pavilhões. Em 2002, o efetivo do GSI era de 649 agentes. Quando Luiz Inácio Lula da Silva deixou o governo, em 2010, o número chegava a 800. Agora, no começo de 2012, o gabinete conta com 907 militares e espiões, sendo 46 com funções gratificadas. Dos 3.066 funcionários lotados no Planalto, quase um terço é militar.
Ao contrário das despesas do setor civil, os gastos da arapongagem continuaram em ritmo crescente após a mudança de governo. Em 2007, a administração Lula executou R$ 172 milhões com as ações da Abin. A despesa passou para R$ 211 milhões em 2008, R$ 257 milhões em 2009 e R$ 315 milhões em 2010.
Fonte: Estadão.
No ano passado, mais de R$ 226 milhões foram gastos pela instituição, o que representa um crescimento real de 44% em quatro anos.
Abin atua na inteligência e na contra-inteligência
A Abin, sucessora do extinto Serviço Nacional de Informações (SNI), o temido braço de inteligência da ditadura militar, atua em duas vertentes. Segundo o site do órgão, a primeira é no setor de inteligência, por meio da produção de conhecimentos sobre fatos e situações de imediata ou potencial influência no processo decisório e na ação governamental e, ainda, sobre a salvaguarda e a segurança da sociedade e do Estado. O segundo ponto é na área da contra-inteligência, pela adoção de medidas que protejam os assuntos sigilosos relevantes para o Estado e a sociedade e que neutralizem ações de inteligência executadas em benefício de interesses estrangeiros.
Segundo a Abin, essa divisão busca atender às necessidades rotineiras do processo decisório presidencial, atuando no acompanhamento de fatos emergentes, previsíveis ou não, com o intuito de antecipar tanto oportunidades quanto possíveis ameaças ao Estado Democrático de Direito. A agência é vinculada ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR).
O professor de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB) Lúcio Castelo Branco, no entanto, faz duras críticas à Abin. Ele acredita que a agência poderia ser um órgão muito importante para o País, caso o Brasil fosse soberano. Segundo ele, as Forças Armadas, por exemplo, encontram-se sucateadas. “Processos de investimentos tecnológicos foram enterrados. A agência nunca funcionou como serviço público e nunca preservou o interesse nacional. O órgão é sem finalidade e sujeito a intervenções perversas e torpes; usado para tráfico de influência. Eles espionam a vida das pessoas e fazem escutas clandestinas. É um naufrágio institucional. Não há como justificar esse aumento de verba para o órgão”, afirma.
Fonte: Instituto Brasil Verdade
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