Foto da obra da Barragem de Serro Azul, Distrito de Serro Azul - Palmares - PE. Fotografia realizada de longe por uma ativista social |
A barragem se transformou num terror não somente para moradores do Engenho Verde e arredores que estão despejados de suas terras que há dezenas de anos cuidam e mantém suas famílias. Os trabalhadores da construção da barragem também passam por graves problemas.
Foto da obra da Barragem de Serro Azul, Distrito de Serro Azul - Palmares - PE. Fotografia realizada de longe por uma ativista social |
Reportagem do Jornal O OLHO conversou com um trabalhador de uma das empreiteiras daquela construção. E eis as informações corretas relatadas por quem está dentro da obra (o informante será protegido por segurança de vida e para não perder emprego):
O Paredão:
O paredão programado ao término da obra medirá 4 Km de extensão por 68 metros de altura.
Acidentes:
Ocorreram 2 acidentes durante explosões de dinamites usados para destruir pedregulhos na área. Diáriamente ocorrem explosões. Os acidentes ocorreram porque "esqueceram" de contar quantas bananas de dinamites explodiram e liberaram a área, então as restantes foram acionadas por acidente quando máquinas automotivas passaram (uma das máquinas foi atingida e um trabalhador sofreu susto quando uma imensa rocha passou perto dele). Trabalhadores estão temerosos.
Quanto aos moradores do Engenho Verde e da Sede do Distrito de Serro Azul, sofrem com as explosões. Além das rachaduras em várias casas de familias que ainda não foram retiradas do local, problemas nervosos devidos às tensões sobre as explosões e as questões dos despejos da população para outro local.
Veja reportagem no site da Comissão Pastoral da Terra: Trabalhador é gravemente ferido na obra da Barragem de Serro Azul.
Demissões e debandada de trabalhadores:
Na obra da barragem há duas empreiteiras: MRV Engenharia (de Brasília) e Construtora Triunfo (de São Paulo).
Nosso informante disse que houve 400 demissões de trabalhadores. E vários vindos de outros Estados pediram transferências por temores sobre a obra. Temores que foram repassados por Engenheiros que também não quiseram ficar na obra e pediram transferências por não concordar com o Projeto, repassando informações para operários. Vários engenheiros não quiseram ficar em Serro Azul. Além da agressão ambiental há falhas no Projeto (estudos mal elaborados sobre o terreno que não é apropriado para construção de barragem).
Desde início da construção da barragem ocorreu variação de contratações e demissões. Quando demitiram 400 operários, contrataram 200. Isso mostra uma estratégia das empresas por motivos de vínculos empregatícios. Mas nosso informante disse que o número de operários diminuiu na obra, algo estranho porque chegando época de estiagem na Mata Sul (ja está com seca há tempo, poucas precipitações pluviométricas), quando deveriam acelerar a obra, então desaceleraram.
Ultimamente houve problemas sobre pagamentos dos operários porque o Governo do Estado não enviou verba e a Empreiteira Construtora Triunfo que é mais poderosa que MRV Engenharia, cobriu os pagamentos dos trabalhadores.
Os chefes das empreiteiras dizem que o helicóptero a circular pelo local sempre é o Governador vistoriando a obra. E que ele não está satisfeito com a morosidade. Muito dinheiro já foi liberado que não se condiz com as realizações locais da construção mostrando resultados inferiores ao gasto exorbitante.
A construção da Barragem de Serro Azul gerando injustiça social contra os moradores da localidade e contra os trabalhadores das empreiteiras que vivem sob tensão por vários motivos de instabilidades trabalhistas (de uma hora para outra podem ser demitidos) e inseguranças.
Uma guarnição da Polícia Militar mantém o local da obra intensamente guarnecido.
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