Mais competitividade para a ciência e indústrias brasileiras
Novo acelerador de luz síncrotron em construção em Campinas (SP) será um dos melhores do mundo na sua categoria e permitirá o estudo de materiais com maior definição. A previsão é que a obra seja inaugurada em 2016.
Por: Vivian Costa
Publicado em 25/07/2013 | Atualizado em 25/07/2013
Projeto do acelerador de luz síncrotron Sirius, que começou a ser construído em abril deste ano em Campinas, São Paulo. (imagem: LNLS)
A construção do novo acelerador de terceira geração do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas, está a pleno vapor. Chamado Projeto Sirius, ele deve ficar pronto em 2016 e estar disponível para toda a comunidade científica em 2017. A informação foi dada por Carlos Alberto Aragão de Carvalho Filho, durante conferência da65ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), no Recife. Ele proferiu a palestra ‘O CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais) e o Projeto Sirius’, com apresentação da presidente da SBPC, Helena Nader.
A luz síncrotron (uma radiação eletromagnética de amplo espectro) é usada em várias áreas de pesquisa, como física, química, biologia, geologia, nanotecnologia, engenharia de materiais e até paleontologia. “Essa é a maior vantagem dessa máquina”, disse Carvalho Filho. “Com ela será possível estudar materiais com mais definição e em escala menores.” De acordo com ele, o novo equipamento vai possibilitar acesso a uma enorme área científica, que hoje em dia não é acessível por causa da limitação de energia atual. “Hoje, a colimação do feixe é grande, então o brilho é menor”, explicou. “Estamos trabalhando para termos um brilho maior.”
O acelerador funciona como um gigantesco microscópio, que os cientistas utilizam para enxergar a estrutura atômica e molecular de diferentes materiais
Segundo Carvalho Filho, o acelerador funciona como um gigantesco microscópio, que os cientistas utilizam para enxergar a estrutura atômica e molecular de diferentes materiais, iluminando-os com os diferentes tipos de radiação presentes na luz síncrotron. Pode ser um osso, uma proteína, ou qualquer outra coisa que se queira conhecer nos mínimos detalhes.
O acelerador brasileiro atual, chamado UVX, entrou em operação em 1997. A máquina tem 18 “linhas de luz”, que são as estações de trabalho nas quais os pesquisadores realizam seus experimentos com a luz que sai do anel. Elas funcionam simultaneamente, mas cada uma é otimizada para um tipo de pesquisa.
O Sirius começará a operar com 13 linhas de luz – suficientes, já, para atender toda a demanda atual do UVX –, mas poderá chegar a mais. A nova máquina não será apenas maior, mas também de melhor qualidade do que a atual em vários aspectos, produzindo uma luz muito mais brilhante, que permitirá ampliar consideravelmente o seu leque de aplicações.
Será a única máquina do tipo na América Latina e apenas a segunda no hemisfério Sul – há outra na Austrália. Mais do que isso, suas especificações técnicas deverão colocá-la na linha de frente das melhores fontes de luz síncrotron do mundo.
Vivian Costa
Jornal da Ciência
Vivian Costa
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