
O governo japonês afirma que a central nuclear de Fukushima, severamente danificada por um sismo seguido de tsunami em março de 2011, tem estado a verter diariamente para o Oceano Pacífico 300 toneladas de água contaminada. O operador da central, a Tokyo Electric Power Co (TEPCO) não consegue contudo confirmar a quantidade exata da fuga de águas subterrâneas contaminadas.
"Neste momento não conseguimos afirmar com clareza quanta água subterrânea está a fluir para o Oceano" afirmou a um repórter o porta-voz da TEPCO, Noriyuki Imaizumi.
A empresa tem sido severamente criticada pela gestão da crise em Fukushima e pelo secretismo sobre as operações de limpeza e segurança que ali decorrem desde 2011.
De acordo com fontes do ministério da Indústria foi recentemente descoberta uma nova fuga. "As nossas estimativas apontam para o derrame de 300 toneladas de água por dia. Mas apesar disso não é certo que a água seja fortemente radioativa. Pensamos que esta fuga dura há dois anos," explicou o responsável.
Evasivas da TEPCO
O operador de Fukushima só recentemente confirmou as suspeitas da contaminação do Pacífico através da água subterrânea. Até então garantia que a água estava contida e não escoava para o mar.
Domingo passado, a empresa divulgou as primeiras estimativas, que apontam para o derrame de 20 a 40 triliões de becquerels (unidade que mede a atividade radioativa) de um isótopo do hidrogénio radioativo no Oceano Pacífico desde maio de 2011.
De acordo com a TEPCO, a escala da fuga de trítio radioativo na central de seis reatores entre maio de 2011 e julho de 2013, está perto do nível permitido pelos regulamentos de segurança antes do acidente, de 22 triliões de becquerels por ano.
Tem ainda de determinar a quantidade de estrôncio, um elemento químico que provoca cancro, que pode ter vazado ao longo dos anos.
"Desafio urgente"
A empresa planeava retirar dos aquíferos subterrâneos 300 toneladas de água contaminada por dia até dezembro de 2013, colocando-os em cisternas acima do solo, mas já reconheceu que não vai conseguir.
O primeiro ministro japonês, Shinzo Abe, prometeu esta quarta-feira intensificar os esforços para conter o derrame da água contaminada de Fukushima para o Pacífico, ordenando ao ministro da Economia, Comércio e Indústria para pressionar a TEPCO a tomar medidas.
"Estabilizar a central de Fukushima é o nosso desafio. Em particular a água contaminada representa um problema urgente que inquieta fortemente a população", afirmou o primeiro ministro do Japão.
Abe afirmou ainda que o Estado japonês vai a partir de agora financiar parte dos esforços para conter a água radioativa da Central.
Os fundos disponibilizados até agora, cerca de 30 mil milhões de euros, têm sido utilizados em diversas operações para garantir a segurança da central e indemnizar as famílias forçadas a fugir da região devido à radioatividade.
A limpeza de Fukushima deverá levar mais de 40 anos e custar pelo menos 11 mil milhões de dólares.
A empresa tem sido severamente criticada pela gestão da crise em Fukushima e pelo secretismo sobre as operações de limpeza e segurança que ali decorrem desde 2011.
De acordo com fontes do ministério da Indústria foi recentemente descoberta uma nova fuga. "As nossas estimativas apontam para o derrame de 300 toneladas de água por dia. Mas apesar disso não é certo que a água seja fortemente radioativa. Pensamos que esta fuga dura há dois anos," explicou o responsável.
Evasivas da TEPCO
O operador de Fukushima só recentemente confirmou as suspeitas da contaminação do Pacífico através da água subterrânea. Até então garantia que a água estava contida e não escoava para o mar.
Domingo passado, a empresa divulgou as primeiras estimativas, que apontam para o derrame de 20 a 40 triliões de becquerels (unidade que mede a atividade radioativa) de um isótopo do hidrogénio radioativo no Oceano Pacífico desde maio de 2011.
De acordo com a TEPCO, a escala da fuga de trítio radioativo na central de seis reatores entre maio de 2011 e julho de 2013, está perto do nível permitido pelos regulamentos de segurança antes do acidente, de 22 triliões de becquerels por ano.
Tem ainda de determinar a quantidade de estrôncio, um elemento químico que provoca cancro, que pode ter vazado ao longo dos anos.
"Desafio urgente"
A empresa planeava retirar dos aquíferos subterrâneos 300 toneladas de água contaminada por dia até dezembro de 2013, colocando-os em cisternas acima do solo, mas já reconheceu que não vai conseguir.
O primeiro ministro japonês, Shinzo Abe, prometeu esta quarta-feira intensificar os esforços para conter o derrame da água contaminada de Fukushima para o Pacífico, ordenando ao ministro da Economia, Comércio e Indústria para pressionar a TEPCO a tomar medidas.
"Estabilizar a central de Fukushima é o nosso desafio. Em particular a água contaminada representa um problema urgente que inquieta fortemente a população", afirmou o primeiro ministro do Japão.
Abe afirmou ainda que o Estado japonês vai a partir de agora financiar parte dos esforços para conter a água radioativa da Central.
Os fundos disponibilizados até agora, cerca de 30 mil milhões de euros, têm sido utilizados em diversas operações para garantir a segurança da central e indemnizar as famílias forçadas a fugir da região devido à radioatividade.
A limpeza de Fukushima deverá levar mais de 40 anos e custar pelo menos 11 mil milhões de dólares.
TAGS: Shinzo Abe, TEPCO, Fukushima,
Governo japonês reconhece que fundos para Fukushima foram para outras zonas
De acordo com um artigo publicado no jornal Asahi, estes fundos serviram atividades sem qualquer relação com a catástrofe, desde a contagem das tartarugas marinhas em praias semi-tropicais à promoção de vinho e queijo a centenas de quilómetros de distância das zonas destruídas.
Apesar de ainda não existir qualquer suspeita de corrupção, a publicação destas informações embaraçou as autoridades nipónicas, que reconheceram ter financiado um controverso programa baleeiro com fundos previstos para os esforços de reconstrução.
O diário Asahi realizou um inquérito junto das autoridades locais japonesas para determinar o que tinha acontecido a uma soma total de 200 mil milhões de ienes (1,5 mil milhões de euros), prevista no orçamento de 2011 para a criação de empregos após o desastre.
Os resultados indicaram que 108,5 mil milhões de ienes (835 milhões de euros) foram gastos em zonas poupadas pelo desastre, que destruiu a costa nordeste do arquipélago e originou a catástrofe nuclear de Fukushima.
Nestas zonas não atingidas, apenas 3% dos beneficiários das ajudas eram refugiados das regiões destruídas, os restantes 97% eram residentes de outras partes do Japão.
Entre os projetos em nada relacionados com a catástrofe, o Asahi noticiou que três milhões de ienes (23 mil euros) foram usados, entre outros, para empregar dez pessoas que faziam a contagem das tartarugas marinhas nas praias de prefeitura de Kagoshima (sul), a 1.300 quilómetros do nordeste destruído.
Uma campanha de promoção do vinho e do queijo da ilha de Hokkaido, a norte das zonas destruídas pelo tsunami, também beneficiou destes fundos de crise.
Um responsável do Ministério da Proteção Social, questionado pela agência noticiosa francesa AFP, explicou que a situação era muito complicada nos meses que se seguiram à catástrofe.
"Os refugiados do desastre estavam espalhados por todo o país e as cadeias de abastecimento (fábricas) viram o seu normal funcionamento alterar-se", sublinhou este responsável.
Acrescentou que todas as atribuições de dinheiros públicos para a reconstrução estavam, desde abril último, rigorosamente limitadas às pessoas que viviam nas áreas destruídas no momento da catástrofe, a 11 de março de 2011.
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