sexta-feira, 7 de março de 2014

* "Praias" e esporte de prancha com remo redescobrem o lazer no rio Capibaribe

O rio pernambucano está sendo utilizado em novas formas de diversão e esporte

Publicação: 06/03/2014 08:30 Atualização: 06/03/2014 10:55

A edição anterior do projeto Praias do Capibaribe aconteceu na Fundação Joaquim Nabuco, no Derby. Foto: Fundaj/ Reprodução do Facebook
A edição anterior do projeto Praias do Capibaribe aconteceu na Fundação Joaquim Nabuco, no Derby. Foto: Fundaj/ Reprodução do Facebook

As águas que cortam a capital pernambucana são atualmente pouco usadas para o lazer. É só um passeio de catamarã aqui e ali, ou o bloco Galinha d’água durante o desfile do Galo da Madrugada, no sábado de carnaval. Para mudar esta realidade e chamar a atenção para a necessidade de revitalização do rio, o projeto Praias do Capibaribe e o grupo Stand Up Paddle Recife promovem iniciativas de lazer na área.

Neste domingo (9), o projeto Praias do Capibaribe realiza a sua 17ª edição, em frente ao Museu Murillo La Greca, no bairro do Parnamirim, que servirá como ponto de apoio. O encontro começa ao meio-dia e tem previsão para terminar por volta das 20h. A iniciativa foi fundada há dois anos pela arte-educadora Bruna Pedrosa e o arquiteto Julien Ineichen como uma possibilidade de usar as margens do rio como espaço público.

A cada edição, o projeto aporta em um local diferente, como Derby, Parnamirim, Rua da Aurora e Cais José Estelita. Segundo Bruna, já está prevista para acontecer neste ano em uma prainha na comunidade do Coque, no bairro de Joana Bezerra. “Enquanto nadar no rio é um sonho, a gente promove o contato com Capibaribe de outras formas”, explica a arte-educadora.

Como é uma atividade pública e gratuita, o projeto conta com a participação ativa dos seus integrantes. Por isso, preocupados com diversos problemas, como a mobilidade, os participantes são incentivados a chegar ao local da praia de bicicleta, por exemplo. “No nosso bar, promovemos uma forma consciente de consumo em relação ao meio ambiente. Só vendemos o líquido e cada pessoa deve levar sua própria caneca”, explica Bruna.

Para divertir, o projeto oferece uma série de atividades e atrações diferentes. “Criamos uma piscina flutuante, com água limpa, que fica no mesmo nível do rio, como se a pessoa estivesse dentro dele”, conta Bruna. Já através de uma ação de crowdfunding (uma espécie de “vaquinha”), o Praias do Capibaribe comprou uma bolha plástica. “De barco, levamos as pessoas para nosso píer móvel, construído com tonéis e madeirites reaproveitados, para passearem pelo rio na bolha”, conta Bruna.

Praias do Capibaribe já contou com 17 edições. A próxima acontece neste domingo. Foto: Fundaj/Reprodução
Praias do Capibaribe já contou com 17 edições. A próxima acontece neste domingo. Foto: Fundaj/Reprodução

Ainda no quesito diversão, o projeto inscreve artistas, ativistas e especialistas para a realização de apresentações culturais e entrevistas na rádio praia - que funciona durante todo o evento. Além disso, o Praias do Capibaribe promove atividades com os moradores das áreas ribeirinhas, principalmente com as crianças. Os pequenos fazem apresentações de dança e participam de oficinas com material reciclado.

Mesmo promovendo diversão, o projeto pretende ajudar a reverter a condição do Capibaribe. “Nossa atitude é educar a população a cuidar do meio ambiente. Queremos promover o sentimento de pertencimento do lugar, porque a gente cuida do que a gente ama. Ao ocupar a margem, ela se torna um espaço público ativo e a relação das pessoas com ela muda”, explica Bruna.

As próximas edições do projeto Praias do Capibaribe estão previstas para acontecer no primeiro domingo de cada mês.

Stand up paddle no Capibaribe


O stand up paddle é praticado com uma prancha e um remo. Para participar do grupo é preciso já ter experiência. Foto: Suprecife/ Divulgação
O stand up paddle é praticado com uma prancha e um remo. Para participar do grupo é preciso já ter experiência. Foto: Suprecife/ Divulgação

Para quem quer curtir o Capibaribe enquanto pratica um esporte, uma opção é participar de um dos passeios marcados pelos integrantes do grupo Stand Up Paddle (SUP) - Recife. O primeiro percurso pelo rio aconteceu no último dia 23 de fevereiro. Quem estiver interessado em participar do próximo só precisa ficar ligado na página do grupo no Facebook e aparecer na data e local marcados. É de graça.

Um dos organizadores do passeio é o gerente comercial Jota Neves, que também é instrutor de stand up paddle nos finais de semana. Para quem não conhece, este esporte consiste, basicamente, em percorrer rios, mares e lagos, remando em pé em cima de uma prancha. Após a realização de outros percursos, como por Maria Farinha, Coroa do Avião e até na barragem de Pirapama, os integrantes do grupo resolveram passear pelo Capibaribe.

Agora, para participar, Jota afirma ser necessário já ter experiência. “Fizemos um percurso de oito quilômetros, ida e volta. É uma remada tranquila, leve, mas não dá para se aventurar sem nunca ter subido em uma prancha”, conta Jota. Além disso, tem toda a questão dos equipamentos. Quem não tem pode alugar em lojas especializadas.

O primeiro passeio marcado pelo grupo teve como ponto de saída as Torres Gêmeas, no Cais de Santa Rita. “Passamos pela ponte giratória e seguimos até um pouco depois da Casa da Cultura”, conta Jota. Para ele, o passeio vale muito a pena. “É muito bom poder ver o Recife por outro ângulo. Apesar da poluição, o rio está muito vivo”, explica.

Passeio pelo Capibaribe foi do píer das Torres Gêmeas até a Casa da Cultura. Próximo passeio no rio ainda não tem data. Foto: Suprecife/Divulgação
Passeio pelo Capibaribe foi do píer das Torres Gêmeas até a Casa da Cultura. Próximo passeio no rio ainda não tem data. Foto: Suprecife/Divulgação

Como o passeio foi feito durante o período de maré cheia, segundo Jota, o Capibaribe se enche de vida. “Como a água limpa do mar entra no rio, oxigena e traz animais marinhos. Você vê muitas aves, garças pegando peixes, cardumes passando”, conta Jota.

Para aqueles que ficam preocupados com a sujeira, Jota avisa que o rio só vai ficar mais sujo mesmo depois da Casa da Cultura. Mesmo assim, ele diz que o passeio não causa asco. “Dá para passear perfeitamente. E não é mal cheiroso, é possível para ir sem máscaras”, explica.

O próximo passeio do grupo Stand Up Paddle (SUP) - Recife, que também conta com a participação de adeptos do caiaque, ainda não está marcado.

Serviço
Praias do Capibaribe 
Quando: domingo (9), a partir do meio-dia
Onde: Museu Murillo La Greca (Rua Leonardo Bezerra Cavalcante, 366 - Parnamirim)
Site: http://capibaribe.info
Fan page: facebook.com/PraiasDoCapibaribe 

Stand Up Paddle (SUP) - Recife 

Site: suprecife.wordpress.com
Grupo: facebook.com/groups/suprecife

Nenhum comentário:

Postar um comentário