Foto: Susan Sterner/White House


Fonte: Le Monde, Casa Branca pets

Bush pai e Millie
Foto: Arquivos Casa Branca


Quando Gerald Ford (foto)(1974-1977) deixava entrar para brincar seu golden retriever, Liberty no Salão Oval, seus visitantes sabiam que era hora de se retirar. Confrontado com tal mitologia, será que o 44º presidente dos Estados Unidos tem direito de errar? "Esperamos que ele faça a escolha certa e opte por um cão feliz e saudável, com uma boa história, um bom pedigree, um bom criador e uma boa sorte", anuncia Claire McLean, fundadora do Presidential Pet Museum. Criado em 1999, o museu expõe em Williamsburg (Virginia) a história e as relíquias de 400 animais que passaram pela Casa Branca em dois séculos. Na página inicial de seu site, uma nota: "Vote para o Cachorro da Família Obama". O internauta pode escolher entre cinco candidatos, selecionados pelo American Kennel Club, a mais importante federação canina dos Estados Unidos, levando em conta a sensibilidade de Maia: o poodle, o terrier irlandês de pelo liso, o schnauzer anão, o bichon frisé e o cão de crista chinês. Depois de 42 mil votos, uma primeira análise foi efetuada em outubro de 2008: o poodle chegava bem à frente.

Him e Her de Lyndon Johnson na na capa da revista Life 19 de junho 1964
Para o povo americano, ou pelo menos para os democratas (John McCain já tinha um cachorro), a busca pelo primeiro-bicho de estimação começou, na verdade, bem antes da eleição - desde que o senador de Illinois, no início de sua campanha, anunciou sua intenção de dar um filhote a suas filhas. Mas nos dias que se seguiram ao 4 de novembro, a questão assumiu um viés mais simbólico. "Nossa preferência seria por adotar um cão abandonado. Mas é claro que a maior parte dos cães recolhidos em abrigos são vira-latas como eu", diz o novo presidente em sua primeira coletiva de imprensa. Um cachorro que não tenha saído de uma linhagem pura na Casa Branca, isso já se viu: Yuki, adorada por seu dono Lyndon B. Johnson (1963-1969), fora encontrada vagando perto de um posto de gasolina no Texas. Mas será que um animal adotado de origem desconhecida pode se adequar às alergias de Malia? Os Estados Unidos, mais uma vez, se dividem.
"Uma mensagem real de esperança e mudança", logo avalia The Human Society of the United States, principal sociedade de proteção animal do país. Uma outra, The Best Friends Animal Society, recolheu em alguns dias, em seu site na Internet, mais de 50 mil assinaturas em favor da adoção. Na televisão, no rádio, criadores e comportamentalistas dão seus conselhos. Alguns dentre eles se mostram mais reticentes, ressaltando que o percurso de um animal adotado não lhe daria necessariamente as qualidades exigidas para o papel: boa educação, caráter feliz e sociabilidade.
Foto: Arquivos Casa Branca

É que não é tão fácil levar uma vida de cão na Casa Branca. Os Clinton sabiam bem disso: Buddy se dava tão mal com Socks, o gato, que eles tinham de viver em duas alas separadas do prédio. Mas tudo que é bom dura pouco. No dia 11 de janeiro, Obama (quase) pôs um fim ao suspense, revelando na rede ABC que sua família só hesitava entre um cão d'água português e um labradoodle. "Vamos começar a ver nos abrigos se um desses cachorros aparece", ele disse. O cão d'água, de porte médio, há séculos ajuda os pescadores portugueses em suas tarefas, empurrando o peixe para suas redes graças às suas qualidades de nadador. O labradoodle, cruzamento entre um labrador e um poodle, surgiu na Austrália nos anos 1970 para servir de guia para cegos. Ambos possuem uma pelagem hipoalergênica. Ambos possuem a reputação de serem sociáveis, leais e mansos. Mas será que o animal ideal realmente existe?
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