sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

* Fórum Social Mundial não foi satisfatório!




Terminou dia 01 de fevereiro mais um Fórum Social Mundial sediado esse ano em Belém, no Pará. Com um número aproximado em torno de 150 mil pessoas, a cidade registrou problemas desde o primeiro dia. Com a escassez de transporte gratuito entre os locais onde aconteceram os eventos, a inviabilidade dos horários dos barcos que deveriam trazer os/as moradores/as das ilhas para participarem das atividades, confusão durante o credenciamento dos/as participantes, cancelamento de palestras e conferências indicadas na programação, impedimento de acesso de não pagantes às atividades culturais, violência por parte da polícia militar e da Força Nacional contra a população local.

No ultimo dia, a turma do “fumacê” liberou geral, num tapa coletivo ecológico cultural

Todos esses problemas não podem ser justificados por falta de verbas. Além dos 400 milhões de reais anunciados como investimento pelo governo federal, o orçamento do Fórum foi engrossado com o aluguel de espaços para comércio na área interna, com valores que variaram de R$100,00 a R$1.500,00 e o pagamento de taxas de inscrição nos valores de R$15,00 a R$30,00. Por serem obrigatórias para a participação em uma grande parte das atividades, acabaram inviabilizando a participação de grande parte da população local.

Profissionais do sexo defendem legalização do aborto.

A violência praticada contra os/as moradores/as da região periférica foi outro agravante deste Fórum. Um morador da Ilha de Caratateua relatou que sofreu humilhação ao ser revistado em diversas barreiras policiais localizadas entre a periferia e os locais onde aconteciam as atividades do Fórum: "Fomos parados em quatro barreiras policiais no mesmo dia, sendo que com a Força Nacional fomos obrigados a descer da moto, eu e minha esposa, e a deitar no chão, no asfalto. Ao questionar que aquilo era inconstitucional, os militares responderam - Não importa irmão, deita no chão". (Sr. J. - morador).



Os estabelecimentos comerciais situados próximos da UFPA, (Universidade Federal do Pará) e UFRA, (Universidade Federal Rural da Amazônia), no bairro Terra Firme, também serviram de cenário para o abuso policial. Casas noturnas e bares foram obrigados a fechar as portas às 22 horas e a ação de vigilância sobre os moradores da região por parte do exército e da polícia deverá continuar ainda por mais dois meses.



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