Um incêndio destruiu a casa de uma família indígena no Santuário dos Pajés na manhã desta segunda-feira, 30 de março. A casa pertence ao índio fulniô Towê, que se encontra em viagem ao nordeste brasileiro neste momento. Dentro da habitação foram destruídos bens pessoais como documentos, móveis, alimentos e peças de artesanato, utilizadas como material de trabalho por Towê.
Pela tarde, uma equipe da perícia da Polícia Federal esteve no local para averiguar o ocorrido. Segundo Satxiê Tapuia, Pajé do Santuário, que acompanhou os policiais, um laudo técnico será finalizado até quarta-feira. Mesmo sem confirmação imediata, tudo aponta uma ação criminal intimidatória, já que o Santuário se localiza dentro da Terra Indígena do Bananal, ameaçada pela especulação imobiliária e pelo Governo do Distrito Federal, com o projeto de construção do Setor Noroeste, um bairro para classes A e B que tem movimentado mais de 500 milhões de reais envolvendo empreiteiras e investidores imobiliários.
Não é a primeira vez que uma ação com estas características acontece na área, ano passado, a casa de outro indígena fulniô foi derrubada diretamente pela Terracap com apoio da Polícia Militar do Distrito Federal. O grupo indígena que resiste às diferentes ofensivas à sua terra convive com constantes ameaças e matérias difamatórias veiculadas pela mídia corporativa local.
Na última semana, o Ministério Público Federal, por meio da Procuradora da República Luciana Loureiro de Oliveira, emitiu uma recomendação para que o ibama cancelasse a licença de instalação do Setor Noroeste, recomendando também que a Fundação Nacional do Índio instituisse um Grupo de Trabalho para aprofundar os estudos sobre a tradicionalidade da ocupação. A resposta do Ibama foi de que não cancelaria a licença e que o problema da comunidade indígena é uma questão da Funai, que por sua vez não respondeu a recomendação no prazo estabelecido pela procuradora, o que levou o Ministério Público a se manifestar com a possibilidade de um processo ao presidente do órgão Marcio Meira, por improbidade administrativa e possível prisão.
Assine a Petição em Defesa do Santuário Sagrado dos Pajés
Página do Santuário
Saiba Mais Sobre o Caso:MPF/DF recomenda suspensão da licença prévia para construção do Noroeste Íntegra da Recomendação do MPF à FUNAI e ao IBAMA Ministério Público Federal Cassa Noroeste A Falaciosa Ecovila Noroeste - O Maior Bairro Verde Cifrão do País O lançamento do Setor Faroe$ste-A demonstração de um Estado militarizado Doença de Branco?? Complexo Espiritual e Tribal é Inaugurado em Brasília Porque dizer não ao Setor Noroeste Petição do GRUMIN impretada no Ministério Público Federal Editoriais Anteriores
Imagens: Vídeo com imagens do incêndio criminoso Casa do indígena Towê - Fulni-ô é incendiada Mais fotos do incêndio criminoso na Terra Indígena Bananal O Cimento ou a Vida? Elementos da Fauna do Santuário Sagrado dos Pajés Herbário Fitoterápico do Santuário dos Pajés
Pela tarde, uma equipe da perícia da Polícia Federal esteve no local para averiguar o ocorrido. Segundo Satxiê Tapuia, Pajé do Santuário, que acompanhou os policiais, um laudo técnico será finalizado até quarta-feira. Mesmo sem confirmação imediata, tudo aponta uma ação criminal intimidatória, já que o Santuário se localiza dentro da Terra Indígena do Bananal, ameaçada pela especulação imobiliária e pelo Governo do Distrito Federal, com o projeto de construção do Setor Noroeste, um bairro para classes A e B que tem movimentado mais de 500 milhões de reais envolvendo empreiteiras e investidores imobiliários.
Não é a primeira vez que uma ação com estas características acontece na área, ano passado, a casa de outro indígena fulniô foi derrubada diretamente pela Terracap com apoio da Polícia Militar do Distrito Federal. O grupo indígena que resiste às diferentes ofensivas à sua terra convive com constantes ameaças e matérias difamatórias veiculadas pela mídia corporativa local.
Na última semana, o Ministério Público Federal, por meio da Procuradora da República Luciana Loureiro de Oliveira, emitiu uma recomendação para que o ibama cancelasse a licença de instalação do Setor Noroeste, recomendando também que a Fundação Nacional do Índio instituisse um Grupo de Trabalho para aprofundar os estudos sobre a tradicionalidade da ocupação. A resposta do Ibama foi de que não cancelaria a licença e que o problema da comunidade indígena é uma questão da Funai, que por sua vez não respondeu a recomendação no prazo estabelecido pela procuradora, o que levou o Ministério Público a se manifestar com a possibilidade de um processo ao presidente do órgão Marcio Meira, por improbidade administrativa e possível prisão.
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